Mortalidade infantil: região Norte tem a maior taxa nos primeiros 5 anos de vida, diz IBGE
A cada grupo de mil crianças, 20, em média, não sobrevivem até os cinco anos de idade
Mayra Leal
Entre as cinco regiões do Brasil, o Norte do país registrou a maior taxa de mortalidade na infância. A cada grupo de mil crianças, 20, em média, não sobrevivem até os cinco anos de idade. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao SBT, Liandra Picanço conta que a filha, Diana, ainda nem nasceu e já tem a caderneta de saúde. O bem-estar da filha foi uma preocupação da psicóloga desde que soube da gravidez. “No começo são consultas mensais e a cada trimestre tem uma bateria de exames que a gente precisa fazer. Eu tive que atualizar a minha vacinação, porque tem vacinas específicas para gestantes que já contribuem para a imunidade da criança”, conta.
Todo esse acompanhamento é essencial no combate à mortalidade na infância. Um problema que, segundo especialistas, está ligado a diversos fatores.
"Atendimento inadequado no pré-natal dessa gestante, já que objetivamente a prematuridade é a principal causa. Tem que levar em consideração tanto questões socioeconômicas relacionadas a saneamento básico quanto a nutrição dessa criança, bem como acesso aos serviços de saúde”, explica Denis Cavalcante, médico pediatra neonatologista e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria.
No Brasil, a taxa de mortalidade entre crianças de até cinco anos de idade caiu pela metade em 22 anos. Apesar dessa redução, a situação ainda é preocupante, principalmente no Norte do país, onde foi registrada a pior taxa.
“Temos realidades que só existem no Norte do Brasil, como a população ribeirinha, por exemplo, que geograficamente é difícil ter esse atendimento, populações indígenas, mesmo povoados um pouco mais distantes, então, além da condição socioeconômica, tem a dificuldade de acesso pela questão geográfica”, complementa Cavalcante.