Moradores de Cruzeiro do Sul (RS) são obrigados a deixar suas casas devido a risco de deslizamento de terra
Segundo a prefeitura, 300 pessoas foram para abrigos ou casas de familiares
Os moradores de Cruzeiro do Sul, no Rio Grande do Sul, foram acordados às pressas e obrigados a sair de casa nesta sexta-feira (24). Um bairro na região central está com risco de deslizamento. A medida de precaução foi tomada após uma vistoria da Defesa Civil.
Segundo a prefeitura, 300 pessoas foram para abrigos ou casas de familiares. A chuva que cai na região agravou a situação do solo, que já estava encharcado das enchentes.
“A gente acordou com o barulho da sirene. Pessoal gritando ‘vamos, saiam, peguem os seus documentos porque o morro tem risco de cair’. A gente só pegou documentos, separou uma peça de roupa para cada um, e saiu”, conta a auxiliar de escritório Vandeli Borba. Ela diz que, apesar da medida, foi autorizada, junto com o pai, a buscar a cadeira de rodas para a mãe.
“O susto foi grande. Veio o anúncio deles na frente da casa. Tinha que ser rápido, rápido e evacuar logo e não deu tempo praticamente para pegar nada”, relata Waldir Borba, morador da região.
Com a autorização da polícia, a equipe do SBT conseguiu acessar o bairro que foi evacuado durante a madrugada aqui em Cruzeiro do Sul. Adeildo Melo, coordenador da Defesa Civil do município, conta que as equipes avaliavam os riscos desde o início da semana.
“Estávamos desde segunda-feira acompanhando com geólogos. Nós esperávamos de 30 a 60 mm de chuva, mas ultrapassou 100 mm. Também foram constatadas rachaduras novas, repassadas pelos geólogos para nós, e ontem à noite, conforme o governo do Estado, Promotoria Pública, com todos os órgãos competentes, acharam melhor evacuar 60 residências”, explica.
A prefeitura construiu barricadas para evitar a passagem de carros e moradores na área de risco. A polícia orienta a população. Os moradores só poderão voltar após uma análise de geólogos do governo do estado.
No interior do município, o Exército tenta reestabelecer a passagem de pedestres que foi levada pela correnteza das águas do rio Forqueta.
A ponte que liga Lajeado e Arroio do Meio, que tinha uma extensão de 150 metro,s ruiu no começo do mês de maio na primeira enchente que atingiu o Vale do Taquari. "Por enquanto, não temos condições para que haja qualquer tipo de travessia no rio Forqueta", reforça o comandante do 5º Batalhão de Engenharia, Diego Agostini.
Há mais de 645 mil pessoas fora de suas casas no estado por causa dos estragos das chuvas, segundo os dados mais recentes da Defesa Civil gaúcha. São 581.638 desalojadas e 63.918 em abrigos.