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Mauro Cid será ouvido novamente pela PF, e Bolsonaro quer depoimento de ex-comandantes

Ex-braço direito explica minuta do golpe e reuniões na segunda (11); defesa do ex-presidente pediu acesso aos termos de Freire Gomes (Exército) e Baptista Jr. (Aeronáutica)

Mauro Cid será ouvido novamente pela PF, e Bolsonaro quer depoimento de ex-comandantes
Mauro Cid (Geraldo Magela/Agência Senado)
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A Polícia Federal (PF) marcou um novo depoimento do ex-ajudante de ordem de Jair Bolsonaro (PL) no Planalto, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid. Do lado oposto, o ex-presidente pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso aos termos de registro dos depoimentos do general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, e do tenente-brigadeiro Carlos Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica.

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Os movimentos dessa quarta-feira (6), na investigação da Operação Tempus Veritatis, que tem como alvo o plano de golpe de Estado orquestrado por Bolsonaro e apoiadores, em 2022, após derrota nas urnas para Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seguem caminhos opostos.

Deflagrada em 8 de fevereiro, a ação da PF levou para a cadeia membros de alta patente das Forças Armadas, a mando do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Depois de mais de dois anos de investigações contra os atos antidemocráticos e golpistas, a investigação deve resultar nas primeiras conclusões de inquéritos que podem atingir Bolsonaro, seus filhos e membros do núcleo de confiança.

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Na última semana, a análise do material apreendido e os depoimentos de alvos considerados chaves para o episódio avançaram.

Depoimento

Bolsonaro pediu nessa quarta acesso ao conteúdo das falas de Freire Gomes e Baptista Junior. O ex-chefe do Exército fez o mais longo depoimento dos inquéritos da PF, sob relatoria de Moraes, que têm Bolsonaro e o clã como alvos. Confirmou as reuniões no Planalto e no Alvorada, antes e depois do segundo turno, em que se discutiu o golpe, com participação direta do ex-presidente.

Diferente do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, Freire Gomes foi um dos militares que não teria aderido ao plano. O ex-chefe da Marinha era apoiador aberto da intervenção militar tentada pelos bolsonaristas. Ele também foi alvo de buscas na Tempus Veritatis.

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"Diante do significativo progresso nas investigações, notadamente com a obtenção de depoimentos cruciais ocorridos nas últimas duas semanas, requer-se a atualização dos autos com a juntada dos termos de declarações relativos às últimas oitivas realizadas, incluindo aqueles referentes às oitivas dos ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior, para que se possa obter cópias atualizadas do presente Inquérito", diz pedido da defesa de Bolsonaro ao STF.

Minuta do golpe

O inquérito que resultou na deflagração da Operação Tempus Veritatis tem como alvos Bolsonaro, militares do alto comando, e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, entre outros aliados próximos. É a investigação mais problemática e recente para o clã, que vai ser encerrada em breve, junto com outros casos anteriores, mas conexos, segundo as decisões de Moraes. Entre eles, os casos das fraudes em registros de vacina contra a covid-19 e das joias saudítas, entre outros.

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O alvo da Tempus Veritatis foi a trama de golpe, consolidada em um documento de intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a ser assinado por Bolsonaro após a derrota nas eleições e cumprido pelas forças aliadas armadas. Reuniões oficiais e extraoficiais, mensagens trocadas entre os alvos e quebras de sigilo bancário devem servir para que a PF peça o indiciamento criminal dos alvos, incluindo Bolsonaro.

Na operação, foram presas quatro pessoas: dois militares de alta patente e dois assessores diretos do Planalto, um deles militar e outro um homem de confiança do clã Bolsonaro.

Valdemar Costa Neto, alvo de busca e apreensão, acabou preso em flagrante, após a PF encontrar em sua casa uma arma, sem registro regular. Foi solto dias depois.

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