Marina Helena: "Não acredito que o ensino de excelência seja 100% público"
Em entrevista ao SBT News, a pré-candidata do Novo à Prefeitura de São Paulo diz que pretende fazer parcerias público-privadas na educação
A economista e pré-candidata à Prefeitura de São Paulo Marina Helena (Novo) afirmou, em entrevista exclusiva ao SBT News, nesta sexta-feira (25), que a educação gerida pelo estado "falhou completamente" e que não acredita que o "ensino de excelência" venha do modelo atual de ensino público. Se eleita, ela pretende fazer parcerias público-privadas, com o objetivo de transferir a responsabilidade da gestão escolar para organizações e empresas.
"Ao trazer as organizações sociais para administrar as escolas públicas, o que você traz de novidade? Você traz a competição", diz
Ela também disse que seu plano é dar bolsas de estudos para alunos com maior vulnerabilidade social e que a mudança de modelo não acarretaria em cobrança de mensalidades.
Como exemplo de seu plano para a educação paulistana, ela cita a escola particular Liceu Coração de Jesus, que é administrada pelo Grupo católico Salesianos. A instituição quase fechou na pandemia, mas foi mantida pela Prefeitura de São Paulo e hoje abriga estudantes da rede pública de ensino da capital paulista.
"Então, a prefeitura passa os recursos, mas os Salesianos que administram a escola: tanto a parte pedagógica, quanto de gestão", explica
"O prefeito precisa privatizar a prefeitura"
A pré-candidata acredita que os munícipes podem ajudar a Prefeitura de São Paulo a fiscalizar os contratos de privatização assinados com a gestão municipal.
"O que eu gosto dizer é que o prefeito precisa privatizar a prefeitura (...) É difícil estar em todos os cantos em uma cidade tão grande como São Paulo, mas cada um pode ser prefeito. Por exemplo, os próprios cidadão podem comprovar pelos registros feitos por seu celular que naquele lugar tem a pior iluminação, aí o prefeito vai lá e manda embora a empresa que está prestando aquele serviço", explica
Ela criticou a Enel, concessionária de energia em São Paulo e acredita que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) foi omisso durante os primeiros apagões de energia registrados em 2023 na capital paulista.
"A gente viu que, durante o apagão que a cidade sofreu, que o governador [Tarcísio de Freitas] apareceu primeiro falar a respeito, e aí depois que veio o prefeito [Nunes]. Antes disso, ele estava assistindo MMA, vendo corrida de Fórmula 1 e a cidade às escuras", lamentou
PCC e empresas de ônibus
Marina Helena também se posicionou em relação à Operação Fim da Linha, do Ministério Público, que investiga o envolvimento de duas empresas – UpBus e Transwolff – com esquema de lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC): "Cortaria os contratos com essas empresas"
"É óbvio que a população não pode ficar sem transporte. É preciso, sim, tomar decisões enérgicas e, principalmente, não fazer novos contratos com essas empresas. Infelizmente, nos últimos dois anos, essas empresas estão sendo investigadas e oito novos contratos já foram firmados. Esse, para mim, é o grande absurdo", protesta