Justiça de SP prende suspeitos de falsificar assinatura para soltar narcotraficante do PCC
O documento é um habeas corpus que autorizava a libertação de "Fuminho", braço direito do PCC
A Justiça de São Paulo decretou, nesta quarta-feira (19), as prisões preventivas do advogado Augusto César Moraes Casaro e do empresário Sandro Moretti, acusados de falsificar a assinatura digital de uma desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo.
O documento é um habeas corpus que autorizava a libertação de Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como "Fuminho", braço direito do chefe da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Segundo as investigações, Moretti montou, em Presidente Prudente (SP), uma empresa de consultoria para prestar serviços advocatícios de maneira ilícita, pois não era inscrito na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Ele agregou ao negócio, além de Casaro, um terceiro advogado, José Pedro Cândido de Araújo.
Em dezembro de 2022, um habeas corpus foi aberto ao processo no qual Fuminho foi condenado a 26 anos e 11 meses de prisão. O MP-SP confirmou a falsidade do documento, pois normalmente o pedido de habeas corpus é distribuído a um magistrado de plantão, que pode não ser o titular da vara onde tramita o processo.
Investigadores apuraram que Casaro utilizou um certificado digital para inserir os documentos falsos no sistema informatizado do Tribunal de Justiça e Araújo usou a própria senha para acessar os autos em computadores da empresa de Moretti.
O empresário foi preso na última segunda-feira (17), enquanto Augusto Casaro e José Pedro Cândido estão foragidos. O trio foi denunciado pelo MP-SP por formação de quadrilha, falsificação e uso de documento falso.
Fuminho foi preso em abril de 2020 em Maputo, capital de Moçambique, na África. Ele estava foragido desde 1999, quando fugiu da Casa de Detenção, no Carandiru, zona norte de São Paulo. O narcotraficante e Marcola estão recolhidos na Penitenciária Federal de Brasília.