Jovens da Fundação Casa apresentam projetos empreendedores e sonham com recomeço
Premiação reconhece seis iniciativas que unem empreendedorismo, inclusão social e novas oportunidades para adolescentes
Flavia Travassos
Victor Ferreira
Uma ideia iluminada pela vontade de recomeçar. “Expande muito a mente da gente, abre, vem coisas novas que a gente nunca imaginou que iria fazer, acabamos fazendo”, contou um dos jovens participantes.
Hoje, esses adolescentes, internos da Fundação Casa, desenvolvem projetos em prol da sociedade. As propostas incluem apoio à terceira idade, valorização de produtos brasileiros, como o café, e cuidado com o meio ambiente.
“Recuperar é voltar para trás, e voltar para trás é uma coisa que não acontece. A gente vai para frente, adquire novos valores e novas possibilidades. O que se faz aqui é abrir novas possibilidades para seguir em frente”, ressalta o juiz da Vara da Infância e Juventude de Osasco, Samuel Cazarim.
Seis projetos foram finalistas da terceira edição do Prêmio Criar e Realizar, idealizado pela Fundação de Apoio à Tecnologia e pela Fundação Casa.
A presidente da instituição, Cláudia Carletto, ressaltou: “A capacitação profissional é um dos eixos mais importantes da Fundação Casa. Por meio do empreendedorismo, mostramos a esses jovens que é possível, com projetos de negócio, também reconstruir o seu projeto de vida.”
O projeto tem apoio do SBT do Bem. A premiação contou com a presença de Íris Abravanel, que reforçou a importância de acreditar no recomeço.
“Eu acredito que a gente pode deixar para trás o nosso passado e ver um futuro diferente para nossas vidas”, afirmou. “Tivemos que superar muitas coisas, avançar, batalhar, nos esforçar. Agora a gente tem que ter alvo na vida e conseguir. Eles podem chegar aonde quiserem, isso dá muita satisfação.”
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Empreendedorismo
Acompanhamos o evento em São Paulo. Os adolescentes agora acumulam uma lista de boas experiências, já conhecem o conceito de empreendedorismo e estão mais preparados para ingressar no mercado de trabalho.
“Num mercado tão competitivo, em que se necessita de mão de obra, é importante que haja treinamento e facilitação para que esses jovens entrem no mercado e possam trilhar uma vida profissional saudável”, disse Luiz Roberto Vannuci, diretor técnico da Fundação de Apoio à Tecnologia.
O secretário de Justiça, Fábio Prieto, também chamou atenção para a importância do acolhimento.“Às vezes um infrator sabe o que é o tênis que ele rouba de você, ou o relógio, mas chega na Fundação Casa e nunca viu uma escova de dente, nunca escovou os dentes, nunca foi chamado pelo nome, nunca teve um lugar só dele. Queremos que ele cumpra a pena fixada pelo Judiciário, mas queremos disputar o futuro dele, não que ele volte para lá.”
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Projeto vencedor Vovô On
O projeto vencedor foi o “Vovô On”, uma plataforma criada para prestar serviços a pessoas idosas em atividades da rotina. Mais do que o troféu, o maior prêmio para esses jovens é a chance de reescrever a própria história.
“Eu estou com a mente mudada, uma visão mais ampla dos conhecimentos e das adversidades. Prefiro mudar e sair daqui uma pessoa melhor”, afirmou um dos participantes.