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Brasil

Influenciadoras que deram banana e macaco de pelúcia a crianças negras são condenadas a 12 anos de prisão

Além da pena de prisão, Nancy e Kerollen Ferreira deverão pagar R$ 20 mil de indenização às vítimas; elas podem recorrer em liberdade

Imagem da noticia Influenciadoras que deram banana e macaco de pelúcia a crianças negras são condenadas a 12 anos de prisão
Kerollen Cunha e Nancy Gonçalves | Reprodução
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O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) condenou a 12 anos de prisão as influenciadoras Nancy Gonçalves Cunha Ferreira e Kerollen Vitória Cunha Ferreira pelo crime de injúria racial.

As duas foram responsabilizadas por oferecer uma banana e um macaco de pelúcia a crianças negras, de 9 e 10 anos, em um vídeo gravado em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, em 2023, e compartilhado nas redes sociais.

Além da pena de prisão, que deverá ser cumprida em regime fechado, as influenciadoras também foram condenadas ao pagamento de R$ 20 mil de indenização para cada uma das vítimas, valor que será corrigido monetariamente. Apesar da condenação, Nancy e Kerollen poderão recorrer em liberdade, mas ficam proibidas de publicar conteúdos semelhantes nas redes sociais e de manter contato com as vítimas.

Trecho do vídeo que levou as influenciadoras a serem condenadas por injúria racial
Trecho do vídeo que levou as influenciadoras a serem condenadas por injúria racial

Na sentença, a juíza Simone de Faria Ferraz, da 1ª Vara Criminal de São Gonçalo, destacou que os vídeos foram divulgados nas redes sociais em tom de humor e recreação, caracterizando o chamado "racismo recreativo". A magistrada ressaltou ainda que o crime teve agravantes por ter sido cometido em contexto de diversão e por mais de uma pessoa.

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Segundo a juíza, as rés "animalizaram" as crianças e "monetizaram a dor" das vítimas, que passaram a sofrer bullying e isolamento social após a divulgação das imagens.

Na época, Nancy e Kerollen alegaram que não tinham intenção de ofender e que os vídeos faziam parte de uma trend do TikTok. Nancy afirmou que não sabia o que era racismo e que queria apenas "alegrar as crianças". Já Kerollen declarou que só percebeu a gravidade da situação após a repercussão negativa nas redes.

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A defesa das influenciadoras informou que confia na Justiça e que recorrerá da decisão ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

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