Influenciadoras dão banana e macaco de pelúcia para crianças negras no Rio
MP do Rio já recebeu mais de 600 denúncias até o momento contra os vídeos de Kérollen e Nancy Gonçalves
SBT News
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância abriu um procedimento nesta 4ª feira (31.mai), para analisar o caso das influencers que entregam banana e macaco de pelúcia para crianças negras. De acordo com a delegada Rita Salim, da Decradi, um registro foi realizado, para identificar e ouvir os envolvidos. E, possivelmente, responsabilizar as duas influenciadoras pelo crime de racismo.
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A polêmica começou, na internet, depois que mãe e filha influencers Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves divulgaram vídeos entregando uma banana e um macaco de pelúcia para crianças negras.
Depois da postagem do vídeo, a advogada, Fayda Belo, postou um vídeo nas redes sociais dela informando que havia denunciado as duas influencers ao Ministério Público do Rio de Janeiro. Especialista em Direito antidiscriminatório, Fayda afirma que o vídeo apresenta o chamado "racismo recreativo", que ocorre quando alguém usa de "discriminação contra pessoas negras com intuito de diversão". Segundo ela, os vídeos das influencers Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves são extremamente de mau gosto e ofendem diversas pessoas.
Mãe e filha, usam as redes sociais para publicarem vídeos com desafios pedidos pelos seguidores. Juntas, elas somam mais de 13 milhões de seguidores no TikTok. O vídeo original das crianças não está mais na rede.
Outro caso também foi publicado por mãe e filha, em 2021. Elas filmaram a humilhação a um motorista de aplicativo. Na época, elas gravaram um vídeo dizendo ser combinado com o motorista. Este vídeo está disponível no TikTok, mas os demais foram apagados e não estão mais disponíveis na plataforma.
Em nota divulgada nas redes sociais, a defesa de Kérollen Cunha e Nancy Gonçalves afirmou que reconhece a seriedade e a importância de tratar o assunto com responsabilidade, que as influenciadoras estão consternadas com as alegações e que repudiam veementemente qualquer forma de discriminação racial.
Ainda segundo o comunicado, ressaltam que não havia intenção de fazer qualquer referência a temáticas raciais ou a discriminações de minorias e que vão colaborar com a investigação. A nota foi assinada pelo advogado Adriano Torres Bacelar.
A Ouvidoria do MPRJ afirmou que recebeu, até o momento, 690 comunicações com denúncias relativas ao caso e a notícia foi distribuída para a 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, para análise do fato e adoção das medidas cabíveis.