Homem que matou em acidente frontal não tem habilitação e trocou de lugar com passageiro
Ednaldo trabalhava como motorista de ônibus e, para conseguir uma renda extra, fazia corridas como motorista de aplicativo. Vítima deixa duas filhas
Os dois homens envolvidos na batida frontal que matou o motorista de aplicativo Ednaldo de Souza Mendes, chegaram no 1º Distrito Policial de Guarulhos para depoimento, na tarde desta terça-feira (16). A investigação policial descobriu que suspeito que dirigia o carro em alta velocidade não tinha CNH (Carteira Nacional de Trânsito) e teria trocado de lugar com o passageiro para enganar os policiais.
Há a expectativa que os policiais que participaram da ocorrência também sejam ouvidos, bem como as mulheres que estavam no veículo que teria causado o acidente.
Entenda o caso
A colisão frontal ocorreu após o carro dos suspeitos tentar uma ultrapassagem durante uma curva e em alta velocidade, na madrugada de sábado (13).
Depois do acidente, policiais não realizaram o teste do bafômetro, alegando que os dois homens estavam lúcidos, sem sinais de embriaguez ou de uso de entorpecentes, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP).
No entanto, novas imagens causaram uma reviravolta no caso. Uma garrafa de whisky foi fotografada no interior do veículo e câmeras de segurança flagraram o momento em que motorista Gustavo Moreira Cardoso trocou de lugar com passageiro Felipe Gambeta Malheiro, que se apresentou como falso autor do crime para os militares. Em um outro momento, Felipe confessou que estava no banco do carona para a investigação.
Veja:
A vítima chegou a receber atendimento médico, mas morreu no hospital. Ele trabalhava como motorista de ônibus e, para conseguir uma renda extra, fazia corridas como motorista de aplicativo. Ednaldo completaria 20 anos de casamento e deixa duas filhas.
André Lopes, advogado que representa a família da vítima, afirmou que houve um equívoco da Polícia Militar pela não realização do teste do etilômetro, pela não preservação do local e a falta de apreensão do carro.
"Mas, além disso, eu também atribuo a participação do Felipe que, na minha visão, induziu em erro a Polícia Militar [...] Pelo menos um crime de embriaguez ao volante nós tínhamos, no primeiro momento, e isso foi uma falha grave.", afirma o advogado.
O caso era investigado por homicídio doloso (quando não há intenção de matar) e foi inserido o crime de fraude processual pela ocultação de informações. De acordo com a SSP, a conduta dos policiais também será analisada.