Homem é agredido por segurança de supermercado em Porto Alegre e denuncia racismo

Um homem de 59 anos foi violentamente agredido por um segurança em um supermercado em Porto Alegre após ser acusado injustamente de furto. Ele sofreu um ferimento na cabeça, outro na perna e relatou dores no corpo devido a chutes e socos. A vítima, que prefere não se identificar, conta que a agressão ocorreu na calçada, a poucos metros da loja. +Justiça Eleitoral em São Paulo suspende redes de Pablo Marçal

"Ele me puxou, me pegou pelo pescoço, me deu uma rasteira e caí no chão. Bati de cabeça no chão e aí ele começou a me desferir socos. E disse que eu tinha que voltar com ele", relatou o homem.

Durante as agressões, o segurança exigia a nota fiscal dos produtos, que o cliente não tinha o hábito de solicitar. Mesmo machucado, o homem retornou ao supermercado para exigir acesso às câmeras de monitoramento.

A Polícia Militar foi chamada ao local e levou o cliente para realizar exame de corpo de delito em uma delegacia. Segundo a gerente do supermercado, as imagens do circuito de segurança comprovam que o cliente havia pagado pelas compras antes de sair da loja. O segurança, que era contratado de uma empresa terceirizada e estava em seu primeiro dia de trabalho, foi demitido após o ocorrido, na última sexta-feira (23).

O caso está sendo investigado pela 13ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, que irá apurar o motivo da agressão. Para a vítima, o ocorrido foi um ato de racismo. "Ele me classificou como uma pessoa, talvez por perfil, capaz de roubar. Negro", afirmou o homem.

Na manhã de sábado (24), a irmã da vítima, Elaine Oliveira Soares, organizou um protesto em frente ao supermercado, pedindo justiça e responsabilização pelo ato de racismo. "Meu irmão ficou quase três horas dentro do mercado machucado, sangrando, e eles não deram nenhuma assistência para ele. Foi um descaso, foi um desrespeito", declarou Elaine.

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