"Guerra contra as mulheres": Cármen Lúcia alerta para alta violência no Brasil
Ministra do STF cobra medidas urgentes e denuncia desigualdade de gênero na política e no Judiciário durante evento em São Paulo

SBT News
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), criticou nesta sexta-feira (28) os altos números de violência contra as mulheres registrados em 2024 durante evento organizado pela Escola Superior do Ministério Público de São Paulo (ESMPSP).
Durante sua fala no Seminário Democracia, Justiça, Política e o Futuro do Ministério Público, Perspectiva Feminina, a magistrada citou as 20 milhões de notificações de violência apenas no ano passado, que representam quase 10% da população brasileira, e lamentou a falta de ações concretas do poder público para enfrentar o problema social.
“No ano passado, em 2024, o Brasil teve 20 milhões de notificações de violência contra a mulher, notificações de ameaça ao feminicídio. Vinte milhões, praticamente 10% da população brasileira sofrendo algum tipo de violência física, psicológica, econômica e política. Isto é uma guerra contra as mulheres”, disse a ministra.
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Carmén Lúcia também apontou a desigualdade de gênero nos espaços de poder, apontando que as mulheres continuam sub representadas na política e no Judiciário, apesar de serem maioria na população.
“Se todo mundo está a favor de que é preciso que todos os seres humanos sejam iguais na sua dignidade e únicos na sua identidade, por que nós mulheres somos a maioria do eleitorado e somos sub representadas, somos dos países com pior representação nos espaços da política? Somos a maior parte da população brasileira, mas nos cargos de comando e decisão, somos uma minoria significativa”, assegurou.
O evento, que discutiu estratégias para ampliar a participação feminina em posições de liderança e garantir igualdade de gênero em todas as áreas de poder, contou também com a participação do ministro Alexandre de Moraes. *Com informações da Agência Brasil