Gripe aviária: Zoológico de Brasília continua fechado após novo caso confirmado
Laudo indica que um emu, ave nativa da Austrália, estava infectado; 13 pessoas que tiveram contato com animal estão sendo monitoradas

Vanessa Vitória
O Zoológico de Brasília continua fechado após confirmação de novo caso de gripe aviária em um animal da instituição, nessa segunda-feira (16). Um emu, ave nativa da Austrália, foi infectado, apresentou sintomas neurológicos e foi submetido à eutanásia em 12 de junho.
Ontem, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que a amostra coletada no animal, que pertence ao quadro de bichos do zoo do Distrito Federal, e analisada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Campinas (SP), estava infectada pelo vírus da influenza aviária.
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No momento, 13 pessoas que tiveram contato com o emu seguem em monitoramento pela Secretaria de Saúde do DF (SES-DF).
No parque, o recinto onde vivia o emu infectado passou por higienização e desinfecção, e medidas de biossegurança seguem sendo adotadas, com vigilância permanente em outros espaços do zoo na capital federal.

Zoo sem previsão de reabertura no DF
Desde a notificação das primeiras suspeitas, em 28 de maio, quando um pombo e um irerê (uma espécie de pato), ambos de vida livre, foram encontrados mortos dentro do parque, a Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri-DF) intensificou ações preventivas para evitar propagação do vírus no DF.
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Desde então, o Zoo de Brasília está fechado para visitação e agora, com a confirmação de uma nova ave infectada, não há previsão de reabertura.
Nas análises feitas anteriormente, foi descartada a contaminação pela doença no pombo. Já o irerê morreu por causa da influência aviária.
À época, oito funcionários do zoológico chegaram a ser monitorados durante dez dias pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), mas não apresentaram sintomas gripais.
A H5N1 é uma variante da Influenza A. Apesar da alta taxa de contaminação entre animais, não há evidências de transmissão da doença para humanos por meio do consumo de ovos ou carne de aves cozidos ou fritos.
Qualquer suspeita de aves com sinais respiratórios, neurológicos ou casos de mortalidade elevada e súbita deve ser comunicada imediatamente à Secretaria de Agricultura pelo e-mail falecomadefesa@seagri.df.gov.br ou pelo telefone/WhatsApp (61) 99154-1539.
O que diz a Secretaria de Saúde do DF:
"A Secretaria de Saúde informa que, atualmente, 5 funcionários da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, 5 do Zoológico de Brasília e 3 da UnB encontram-se sob monitoramento ativo realizado pela equipe do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS/DF). Os critérios utilizados para inclusão no monitoramento seguem as definições do Plano de Contingência e da Nota Técnica nº 2/2025 da SES/DF. São considerados contatos aqueles que tiveram exposição direta ao animal confirmado ou a ambientes contaminados.
Até o momento, nenhum dos funcionários monitorados apresentou sinais ou sintomas compatíveis com Influenza Aviária. Todos permanecem assintomáticos, conforme o acompanhamento estabelecido pelo protocolo de vigilância.
Os funcionários monitorados receberam orientações para a realização de automonitoramento de sinais e sintomas por um período de dez dias após a última exposição, além de recomendações sobre medidas de precaução não farmacológicas, como o uso de máscara, etiqueta respiratória e higiene rigorosa das mãos. Não há recomendação de afastamento das atividades laborais para os contatos assintomáticos, conforme previsto na Nota Técnica nº 2/2025. O afastamento só é indicado caso o indivíduo apresente sintomas.
O intervalo de dois dias entre os contatos com os monitorados segue a orientação técnica prevista no Plano de Contingência para Influenza Aviária da SES/DF. Esta periodicidade é baseada em evidências científicas e na experiência acumulada em vigilância de zoonoses, sendo considerada adequada para o cenário epidemiológico atual. Caso haja mudança no perfil de risco ou novas evidências científicas, os protocolos poderão ser reavaliados e ajustados.
Até o momento, não há evidências de transmissão entre humanos no contexto deste evento. A transmissão de Influenza Aviária para humanos é considerada rara e geralmente restrita a situações de exposição direta a aves infectadas ou ambientes altamente contaminados. Além disso, não há registro de transmissão sustentada entre pessoas.
A análise laboratorial da ave (Emu) é de responsabilidade dos laboratórios oficiais vinculados ao Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), conforme fluxo estabelecido para diagnóstico de Influenza Aviária."