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Grêmio reabre Olímpico para comemorar aniversário após estádio ficar fechado por 10 anos

Um gigante que já foi palco de muitas conquistas, agora está entre ruínas e é alvo de uma briga judicial

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Grêmio reabre Olímpico após 10 anos fechado | Reprodução
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Este sábado (28) foi especial em Porto Alegre. Após passar 10 anos fechado e entre ruínas, o Grêmio reabriu o Estádio Olímpico Monumental para celebrar os 70 anos de inauguração do palco de grandes conquistas do clube. A cerimônia emocionou torcedores e ídolos.

+ Grêmio pode retornar à Arena com restrições devido a problemas de energia elétrica

Entre os participantes estava Bernardo Bicca, de 11 anos, que visitou o estádio pela primeira vez. O garoto nunca tinha pisado no local que seus pais tanto frequentaram.

"Não tem como explicar a sensação", disse Bernardo. "Nossa, eu tô assim 'meu Deus! meu Deus!' não é nem possível isso!", exclamou, encantado.

A festa também foi um momento de reencontro para Rosane Vargas, analista de recursos humanos, que tem uma conexão especial com o estádio. "Eu vim pra cá grávida, a minha filha nasceu num dia de Grêmio e Palmeiras. Tudo de bom que aconteceu na minha vida tem a ver com esse espaço. Com essa casa", lembrou Rosane, emocionada.

Além dos torcedores, a festa contou com a presença de ídolos do passado e moradores da região. Airton Luiz Ferreira da Silva, aposentado e filho do ex-zagueiro Airton Pavilhão, um dos maiores nomes da história do clube, falou sobre a importância do Olímpico em sua vida. "Tô com 62 anos e essa casa aqui quem deu pra nós foi o Grêmio. Hoje, pra mim, é um dia muito especial", afirmou Airton.

O evento também tocou o coração de torcedores que não moram no bairro, como Sidnei Selbach, empresário, que relembrou suas visitas ao estádio. "Chego até a me arrepiar. Minha relação com o Olímpico é como a minha segunda casa", disse Sidnei. "Passei várias vezes aqui sem olhar pro lado porque me batia a tristeza", desabafou, sobre o abandono do estádio.

Dez anos de abandono

A emoção vivida pelos gremistas tem origem no impasse que já dura dez anos. O Grêmio e a construtora responsável pela construção da nova Arena ainda não chegaram a um acordo para a troca de chaves entre os estádios. Quando o Olímpico for entregue à empreiteira, o clube ficará definitivamente com a Arena.

Partes do Olímpico já foram demolidas, mas a estrutura principal ainda está de pé.

Em 2022, a Prefeitura de Porto Alegre tentou intervir para agilizar o acordo, mas não obteve sucesso. A empresa envolvida no processo de permuta informou que entrou em contato com o Grêmio neste ano para finalizar o negócio, mas depende da aprovação dos bancos para substituição das garantias. O Grêmio, por sua vez, alega que há dívidas da construtora que impedem a liberação do estádio para o clube.

Alberto Guerra, presidente do Grêmio, comentou a situação.

"É uma situação bastante complicada do ponto de vista jurídico, mas hoje em dia a casa do Grêmio é outra. Quem sabe essa não seja uma semente para a gente voltar a fazer algumas situações nessa área enquanto o imbróglio jurídico não se resolve", afirmou o dirigente.

Enquanto o futuro do Olímpico não se define, os gremistas aproveitam cada oportunidade de relembrar os bons momentos no estádio. "Eu vou ficar 24h aqui, só quero ir embora na hora que acabar", disse Sidnei Selbach.

Para Rosane Vargas, o sentimento é o mesmo: "Gostaria mesmo que esse dia ficasse na memória de todos nós."

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