Governo discute medidas de prevenção e combate aos incêndios no Pantanal
Entre as medidas previstas, estão a ampliação de recursos e a simplificação do processo de contratação de brigadistas e equipamentos
Soane Guerreiro
Os incêndios que atingem o Pantanal têm acendido um alerta dos governos federal e estadual de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso. A administração dos estados têm se mobilizado no envio de equipes brigadistas, além de disponibilizar recursos para combate e contenção aos focos.
Ações de combate e prevenção já começaram a ser discutidas na primeira reunião da Sala de Situação, criada pelo governo para monitorar os incêndios na região, nesta segunda-feira (17). Entre as medidas previstas, estão a ampliação de recursos, além da simplificação do processo de contratação de brigadistas e equipamentos. Nesta terça-feira (18), representantes da pasta do meio ambiente estarão em Mato Grosso do Sul, estado mais afetado do Pantanal.
A devastação provocada pelas queimadas na região já alcança patamares alarmantes. Um estudo do laboratório da Universidade Federal do Rio de Janeiro mostra que do início do ano até junho, o fogo já destruiu mais de 370 mil hectares, o que representa mais de três vezes a cidade do Rio de Janeiro. A área é 54% do que a atingida no mesmo período em 2020, ano em que foi registrado o pior incêndio florestal da história do Pantanal.
A coordenadora do laboratório, Renata Libonati, destaca que o período de seca na região está longe de acabar. “Pelo menos nos próximos três meses, as previsões sazonais não indicam uma mudança muito grande no padrão de chuva, então não há uma expectativa de haver mais chuva. A conjunção dessa seca e dessas temperaturas muito elevadas, principalmente durante eventos de ondas de calor, traz uma predisposição muito grande da vegetação a queimar”, afirma.
O porta-voz da ONG SOS Pantanal, Gustavo Figueirôa, destaca que é preciso aumentar o suporte à prevenção dos incêndios. “Atuar agora no combate, na hora que o fogo está começando a sair de controle é importantíssimo, é crucial. Só que se a gente trabalhar muito bem na prevenção antes, as nossas chances de evitar que esse cenário se forme são muito maiores”, diz o biólogo.