Governo cria sala de situação para monitorar seca e incêndios no Pantanal e na Amazônia
Queimadas no Pantanal dispararam mais de 1.000% no primeiro semestre de 2024 e situação na Amazônia também pode ficar crítica
O governo federal criou uma Sala de Situação para monitorar as secas e os incêndios no Pantanal e na Amazônia. O anúncio foi feito pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, nesta sexta-feira (14). Ela afirmou que a intenção é realizar ações de prevenção para reduzir impactos de eventos extremos.
O anúncio foi feito após reunião com o presidente em exercício Geraldo Alckmin (PSB). Também estavam presentes no encontro o ministro da Integração Waldez Góes e Rodrigo Agostinho, presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
“Essa sala de situação não vai tratar apenas da questão dos incêndios, mas também da seca. Portanto, é uma sala de situação com certeza prolongada”, disse Marina Silva.
A ministra explicou que, geralmente, o período de maior incêndio do Pantanal é em agosto. Por isso, a sala de situação terá o papel de debater medidas para reduzir impactos dos eventos extremos.
“Geralmente, a escalada de incêndio no Pantanal é maior em agosto e estamos agindo dentro de um cronograma para que tenhamos uma ação preventiva por entender que o custo de prevenir é sempre menor do que o de remediar. É uma dinâmica complexa, ninguém tem o controle dos vetores. No caso do Pantanal, temos uma combinação de incêndios provocados pelo homem e incêndios naturais, que dificultam muito a ação porque temos áreas de difícil acesso", disse a ministra.
Segundo a ministra, a combinação entre o final do El Niño com o começo da La Niña causou a seca no Pantanal. Os incêndios no bioma disparam mais de 1000% no primeiro semestre de 2024 (comparado ao mesmo período em 2023). Além disso, a bacia do Rio Paraguai não atingiu a cheia e teve seca recorde, com mais de dois metros abaixo da média.
Ela também informou que a sala de situação será coordenada pela Casa Civil e terá atuação de 19 ministérios, como o Meio Ambiente, Integração, Defesa, Justiça e Transportes.
Segundo Marina Silva, na tarde da próxima segunda-feira (17) haverá reunião dos coordenadores da sala de situação no Palácio do Planalto para avaliar pedidos para recursos extraordinários e medidas para simplificar a contratação de brigadistas, equipamentos, aeronaves e de forma antecipada de medidas que facilitem também ajuda internacional.
Rodrigo Agostinho justificou os números históricos dos incêndios no Pantanal estão relacionados a eventos climáticos cada vez mais intensos.
“No primeiro semestre do ano a gente sempre teve o Pantanal debaixo d’água, mas este ano estamos com seca. Então estamos comparando coisas diferentes, ao comparar focos de incêndio no Pantanal com épocas que nunca teve fogo. O Ibama já contratou mais de 2 mil brigadistas com foco no Pantanal e na Amazônia. Até o momento com recursos de orçamento, mas o governo tem todos preocupação porque a crise pode aumentar as crises climáticas são eventos cada vez mais intensos”, disse.
Amazônia
Apesar da situação atual no Pantanal ser a mais alarmante, o ministro da Integração, Waldez Góes, alertou sobre a possibilidade da Amazônia passar por situação parecida nos próximos meses.
“Aconteceu no Pantanal (seca) e vai acontecer na Amazônia. A sala de situação enxerga isso com antecedência para que as questões levantadas pela Marina para que o governo possa trabalhar antecipadamente para diminuir os impactos do evento, porque é impossível impedir, mas dá para reduzir os impactos para a população”, disse o ministro da Integração. Ele ainda afirmou que as ações para a Amazônia e o Pantanal estão sendo feitas desde dezembro de 2023.
Góes e Marina também afirmaram que a sala de situação poderá debater sobre a situação de outros biomas, mas como a situação do Pantanal e o período de estiagem da Amazônia “já posto”, é preciso realizar um pacto para proteger os dois biomas.