O que é a febre oropouche, doença com alta de casos no Amazonas
Estados Unidos incluiu a doença em alerta de viagens para o Brasil devido à alta de casos. Veja sinais e como se prevenir
Não é só a dengue que está com alta de casos no Brasil. Uma doença menos conhecida, a febre oropouche, apresentou o triplo de diagnósticos no Amazonas na comparação entre 2022 e 2023: de 217 para 672 casos.
A Secretária Municipal de Saúde de Manaus (Semsa) informou que um adolescente de 15 anos morreu por uma infecção simultânea de dengue e febre oropouche. As duas doenças apresentam sintomas bem parecidos, segundo especialistas entrevistados pelo SBT News.
As causas também são semelhantes, já que o período chuvoso favorece a alta de casos na região. Segundo a Prefeitura de Manaus, a maioria das notificações de oropouche ocorreu no final de 2023.
Outros dois casos da doença foram registrados em Curitiba, no Paraná, mas de pessoas que voltaram de viagem da Amazônia. Devido à alta de casos de dengue e febre oropouche, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) emitiu um alerta para viagens ao Brasil.
O que é a febre oropouche?
Segundo o infectologista, Marcelo Neubauer, a doença é uma arbovirose transmitida pela picada de um borrachudo, o Culicoides Paraense, e apresenta um mecanismo parecido com a transmissão da dengue. A grande diferença entre as duas, segundo o especialista, é que a oropouche conta com animais na natureza que podem ser seus hospedeiros. No caso da oropouche também, a contaminação acontece apenas em algumas áreas do país que são endêmicas, como a Amazônia, por exemplo.
O quadro sintomático também é parecido com a dengue.
Sintomas:
- Febre
- Mal-estar
- Dores no corpo e na cabeça
- Artralgia
- Diarreia
- Tontura
- Náusea
O infectologista Werciley Vieira Jr disse que as dores no corpo na febre oropouche costumam ser mais intensas do que na dengue. No entanto, ele reitera que não é possível fazer o diagnóstico apenas observando o quadro sintomático do paciente.
Como é feito o diagnóstico?
O exame PCR (reação em cadeia da polimerase) possibilita a identificação do vírus no sangue e os testes sorológicos lgG e lgM mostram a presença de anticorpos específicos, também no sangue.
Como se prevenir?
A prevenção é parecida com os casos de dengue, chikungunya e outras doenças causadas pela picada do mosquito: uso de repelentes, blusa de manga longa e calça comprida em áreas de mata, além de telas e mosqueteiros.
Quais são os sinais de alerta?
Os principais indícios que devem deixar as pessoas atentas são a falta de hidratação, náusea, vômito e dor incontrolável. Pessoas imunossuprimidas, idosos, crianças e pessoas com comorbidades têm maior chance de complicações associadas à doença, segundo Vieira Jr.
Como é feito tratamento?
Ainda não existe um tratamento específico para a doença, no entanto, ele deve ser focado em aliviar os sintomas e o paciente também deve se manter hidratado.