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“Eu tô esgotado, mas isso vai acabar”: voluntário relata trabalho de buscas

No meio do desastre, preocupação aumenta com previsão de mais chuvas no Rio Grande do Sul; "Ninguém vai ficar para trás e vamos sair dessa”, diz morador

“Eu tô esgotado, mas isso vai acabar”: voluntário relata trabalho de buscas
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Entre as centenas de voluntários que ajudam a resgatar vítimas do desastre climático que atinge o Rio Grande do Sul, Fabiano se vê em um cenário de guerra. A preocupação aumenta, já que a previsão é que mais chuvas e rajadas de vento atinjam o estado nos próximos dias.

Era manhã de quarta-feira (08), por volta das 6h30, quando o voluntário estava se preparando para entrar no oitavo dia de trabalho – ou o oitavo dia, praticamente, sem dormir e longe dos filhos. “Trabalho que não para, incansável, mas estamos fazendo o possível. Está todo mundo ajudando, doando, buscando nas ilhas, procurando”, relata Fabiano.

Jet-ski em cima de carro e preocupações

“Fizemos centenas de salvamentos por dia. Tô há oito dias sem dormir, tô esgotado. Eu vi coisas que eu nunca queria ter visto na minha vida. É um cenário de guerra”, diz. Em uma das centenas de resgates, Fabiano contou que rebocava, com um barco, uma senhora e o neto dela. “Meu jet parou e, quando vi, estava em cima de um carro. Tive que descer os dois, puxei e continuamos”.

No meio dos resgates e na expectativa de as águas baixarem, outra situação calamitosa: “Preocupado porque agora vai começar a subir os corpos que estão embaixo. Muita gente, muita gente debaixo da água”, lamenta Fabiano.

“Ninguém vai ficar para trás”

De acordo com o voluntário, outros estão relutantes em sair de casa com medo de roubos e saques. “A gente faz um trabalho emocional, [dizendo] ‘pô, vamos lá, tem um lugar bacana, vamos te dar carinho, vão te atender’. [A pessoa diz] ‘Ah, mas eu perdi tudo’. ‘Mas você vai conquistar, Deus vai te ajudar”, relata.

Para Fabiano, toda ajuda é necessária. “A gente vai sair daqui só depois que o último...”. Ele se emociona, diante do cenário devastador. “Ninguém vai ficar para trás. A gente precisa de empatia, de ajuda das pessoas, de voluntários, de pessoas com embarcações próprias colocando gasolina, doações”.

“Está todo mundo fazendo com o maior empenho, está todo mundo igual. É uma guerra. Mas isso vai acabar, vai passar e vamos sair dessa”, em um esperançar que resiste a uma das maiores tragédias ambientais registradas no país.

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