Estudantes do ensino médio do RJ poderão passar de ano com até 6 disciplinas em dependência
Nova medida do governo estadual muda regras de aprovação e busca reduzir evasão escolar no ensino médio; decisão, no entanto, provoca polêmica
Liane Borges
Uma mudança nas regras das escolas estaduais do Rio de Janeiro tem gerado debate entre professores, pais e responsáveis. A partir de agora, estudantes do ensino médio poderão ser aprovados mesmo que não tenham passado em até seis disciplinas, número que antes era limitado a duas.
Pelo novo decreto, estudantes da 1ª e 2ª séries poderão seguir para o ano seguinte mesmo reprovando em até seis matérias.
Essas disciplinas ficarão em dependência, e o aluno terá a chance de recuperá-las no primeiro trimestre do ano seguinte. Na 3ª série, o limite será de três disciplinas pendentes.
O governo estadual afirma que a decisão é uma resposta aos altos índices de faltas e evasão no ensino médio. A ideia é evitar a reprovação imediata, que costuma afastar o estudante da escola.
A estratégia pretende manter os jovens frequentando as aulas por mais tempo e aumentar as chances de recuperação do aprendizado.
Segundo a secretária estadual de Educação, Roberta Barreto, os alunos com dependência receberão reforço pedagógico, aulas extras e acompanhamento para concluir as matérias pendentes.
“Os nossos alunos poderão ter dependência em até seis disciplinas, para serem concluídas no trimestre do ano seguinte. E, para isso, contarão com reforço da aprendizagem, com plataforma especial da aprendizagem, Inteligência Artificial e todo o processo pedagógico das unidades escolares. Garantimos material de recomposição da aprendizagem para todos os estudantes”, afirmou a secretária.
Impacto no IDEB
O índice de aprovação impacta diretamente o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), indicador que mede a qualidade da educação básica no país.
Com mais alunos aprovados, o desempenho do Rio de Janeiro no ranking nacional pode melhorar, o que também gera críticas de parte dos educadores.
O governo prevê uma gratificação de R$ 3 mil para professores de escolas que atingirem 95% de aprovação ao final do ano letivo.
