Enterro de imigrante que morreu no aeroporto de Guarulhos não foi autorizado por parentes
Ganês estava retido na área restrita por falta de visto; homem sofreu infarto
O imigrante ganês que morreu após sofrer um infarto enquanto estava retido na área restrita do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, não teve o enterro do corpo no Brasil autorizado por parentes.
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Segundo a Polícia Federal, ele não foi admitido no Brasil por falta de visto. De acordo com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, o ganês chegou ao Brasil no dia 8 de agosto e permaneceu no aeroporto até o dia 11, quando precisou de atendimento médico no posto do local. Posteriormente, ele foi transferido para o Hospital Geral de Guarulhos, onde faleceu dois dias depois.
A família do imigrante afirmou que ele tinha o objetivo de chegar ao México para realizar uma cirurgia na coluna. No entanto, o enterro do corpo no Brasil foi vetado pelos familiares.
MPF considera situação na área restrita como uma "nova crise humanitária"
A Prefeitura de Guarulhos informou que atuou apenas como contratada pelo Hospital Geral de Guarulhos para realizar o sepultamento, devido ao estado de deterioração do corpo e à falta de retorno da família junto à embaixada de Gana. Segundo a prefeitura, o hospital providenciou toda a documentação necessária, e o sepultamento foi autorizado pelo Instituto Médico Legal (IML).
Em nota, o hospital de Guarulhos disse que, após a constatação do óbito, comunicou as autoridades competentes, o que inclui a Embaixada de Gana e o Consulado, para que pudessem informar a família do ganês.
A nota segue dizendo que foram aguardadas respostas por 16 dias e, como o corpo apresentava "sinais de deterioração", o serviço municipal foi acionado e foram adotados os procedimentos necessários para "um enterro digno ao paciente".
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A Defensoria Pública da União declarou que acompanha o caso e já fez contato com a família da vítima. No entanto, informou que os dados e o andamento do processo estão protegidos por sigilo e confidencialidade.
O Ministério Público Federal classificou a situação na área restrita do Aeroporto de Guarulhos como uma "nova crise humanitária". A reportagem solicitou posicionamentos da Polícia Federal, mas não obteve resposta até o momento.