Defesa de Paulo Cupertino entra com recurso após condenação a 98 anos de prisão
Júri popular considerou que ele era culpado pelas mortes do ex-ator da novela Chiquititas, Rafael Miguel, e dos pais dele
Emanuelle Menezes
A defesa de Paulo Cupertino entrou com um recurso, nesta quinta-feira (5), contra a decisão do júri popular que o condenou a 98 anos de prisão por matar o ex-ator da novela Chiquititas, Rafael Miguel, e pais dele, João Alcisio Miguel e Miriam Selma da Silva.
O juiz Antonio Carlos Pontes de Souza, que proferiu a sentença na última sexta-feira (30), foi quem recebeu a apresentação da interposição do recurso. Agora, a solicitação será encaminhada para o Tribunal de Justiça de São Paulo. O documento e as motivações da defesa devem ser analisados, segundo o Código de Processo Penal, por um desembargador de instância superior.
Procurada, a defesa de Cupertino afirmou que as razões para o pedido de recurso serão apresentadas somente ao Tribunal de Justiça. Durante o julgamento, a advogada Mirian Souza chegou a falar em "cerceamento de defesa" e "quebra de cadeia de custódia".
Agora, a advogada informou que trabalha nas teses que serão expostas, não podendo passar, por ora, mais detalhes da solicitação à Justiça.
Condenação
A decisão do júri popular pela condenação de Cupertino aconteceu após dois dias de julgamento no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo. Sete pessoas, sendo quatro homens e três mulheres, compuseram o júri.
Paulo Cupertino foi condenado por triplo homicídio duplamente qualificado. Ele não aceitava o relacionamento da filha com o ator e teria disparado mais de 13 vezes contra as vítimas, em 9 de junho de 2019. A filha dele, Isabela Tibcherani, tinha 18 anos na época do crime.

Segundo a denúncia do Ministério Público de São Paulo, Cupertino mantinha uma relação de posse com a filha e não aceitava que a jovem se relacionasse com Rafael Miguel.
Cupertino chegou a ser considerado o homem mais procurado da Polícia Civil de São Paulo por quase três anos e esteve incluído na lista de foragidos da Interpol. Ele foi preso somente em 2022, quando agentes o encontraram disfarçado em um hotel na zona de sul da capital paulista. Ele passou por cerca de 100 endereços em pelo menos três países – Brasil, Paraguai e Argentina.
