CPI da Enel: Câmara de SP pede fim do contrato com a empresa
Relatório foi concluído por vereadores da capital paulista, sete meses após “apagão” que deixou cidade às escuras
Marco Pagetti
A Câmara Municipal de São Paulo aprovou, por 4 votos a 2, o relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Enel, que investigou os “apagões” de energia elétrica em novembro do ano passado, após os temporais que atingiram a capital paulista.
O documento pede, entre coisas “pontuais” e “fundamentais”, o cancelamento do contrato com a companhia, intervenção na empresa e cobra as promessas de R$ 6 bilhões em investimentos feitos pela Enel. O relatório levou sete meses para ser concluído, após uma série de oitivas.
O relatório ainda cita a contratação de mais de 1,2 mil funcionários e a fiscalização mais presente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A intervenção na Enel seria feita pelo governo federal, por meio da Aneel.
Enel diz que "parte" das cobranças já são e serão cumpridas
A extinção do contrato vigente é outro pedido e, segundo a CPI, não foi cumprido em totalidade. O relatório também pede a descentralização da base operacional da empresa para que, quando ocorrer algum problema, o atendimento seja mais ágil.
Por outro lado, a Enel diz que parte das cobranças já são e serão cumpridas, como os investimentos e a contratação dos funcionários, que deve ocorrer até 2026. Agora, cabe ao governo federal decidir pela intervenção ou extinção do contrato com a empresa.
Leia o posicionamento da Enel na íntegra:
A Enel ressalta que cumpre com todas as obrigações previstas no contrato de concessão em São Paulo e que algumas recomendações que constam do relatório final da CPI coincidem com ações recentemente anunciadas pela companhia para a área de concessão. Até 2026, o investimento em São Paulo será de R$6,2 bilhões, concentrados em reforçar da resiliência da rede elétrica e enfrentar os crescentes desafios climáticos.
O valor previsto corresponde a um aumento na média anual de investimento da distribuidora de R$ 1,4 bilhão para cerca de R$ 2 bilhões. A companhia também apresentou recentemente os primeiros 180 novos funcionários, que integram o total de 1,2 mil profissionais que serão contratados em 12 meses para a operação em São Paulo, como parte de um plano robusto que irá quase dobrar o número de colaboradores próprios para atuação em campo.