COP 30: Greve de operários afeta obras e hotel que hospedará chefes de Estado
Belém recebe a cúpula do clima em novembro e sofre uma crise hoteleira com altos preços e escassez de quartos
SBT News
com informações da Reuters
A greve de trabalhadores da construção civil em Belém, deflagrada a menos de dois meses do início da COP30, afetou parcialmente o trabalho de construção da Vila de Líderes, que vai abrigar dezenas de chefes de Estado durante a conferência do clima da ONU em novembro.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Pará, Cleber Rabelo, as obras na Vila estão parcialmente paralisadas. + COP 30: ONU oferecerá subsídio a países em desenvolvimento para compensar hospedagem cara
"Uma das partes está com cerca de 60% de paralisação. Na outra, conseguimos fazer paralisações temporárias", disse Rabelo, explicando que são duas as construtoras responsáveis pela obra.
A greve decretada pelos trabalhadores da construção civil na segunda-feira (15) ocorre em meio a uma crise de hospedagens na capital paraense causada pela alta procura e preços exorbitantes de hotéis, o que pode trazer ainda mais dificuldades uma vez que vários hotéis na cidade ainda estão sendo finalizados.
A Vila de Líderes, um complexo de 19 mil metros quadrados, tem prevista a construção de cinco blocos, sendo quatro de hospedagens para chefes de Estado e suas delegações, com 405 apartamentos. O quinto bloco servirá como recepção, restaurante, área administrativa e outras estruturas.
Localizado ao lado do Parque da Cidade, onde acontecerão as reuniões da COP, o complexo deveria estar totalmente pronto no início de novembro para receber a cúpula presidencial da COP, marcada para os dias 6 e 7, antes da abertura oficial da COP30, que acontece dia 10.
Atraso no cronograma
A fonte, no entanto, admitiu que a greve pode atrasar o cronograma, apesar de estar otimista de que será possível recuperar qualquer tempo perdido.
Em nota, a Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop) afirmou que os trabalhos nas obras COP30 seguem normalmente, dentro do cronograma previsto.
Imagens feitas pela Reuters nesta sexta-feira (19) mostram cinco blocos em fase de acabamento, e um maior, com um heliponto, ainda em fase final de construção.
Proposta à greve
Segundo Cleber Rabelo, do sindicato dos trabalhadores, o Sinduscon, não houve alteração significativa à proposta feita aos trabalhadores, que terminou sendo rejeitada, e a greve vai continuar por tempo indeterminado.
"No setor privado a paralisação chega a 90%. Nas obras da COP temos paralisações parciais", disse.
A greve também afetou outros hotéis que estão em construção para a COP, incluindo obras de bandeiras internacionais. Segundo Rabelo, duas construtoras envolvidas nessas obras fizeram acordos em separado com o sindicato, oferecendo o que estava sendo pedido pelos trabalhadores, e as obras serão retomadas na segunda-feira (22).









