Comunidades quilombolas e indígenas têm mais jovens do que conjunto dos brasileiros
A média de idade dos indígenas é a menor do país (25 anos), dez abaixo da média geral no Brasil (35 anos); a dos quilombolas é de 31 anos
Existem mais jovens em comunidades quilombolas e indígenas do que na população brasileira em geral. Os dados são de um levantamento inédito do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que traçou o perfil destes grupos.
Foi no Quilombo Campinho da Independência, localizado em Paraty, no sul do estado do Rio, que o IBGE apresentou mais uma conclusão do Censo de 2022. O povoado tem 700 habitantes.
Essa é uma das 503 comunidades oficialmente delimitadas no Brasil com descendentes de pessoas escravizadas. São um milhão e 300 mil quilombolas vivendo em 1.700 municípios — a maioria no Nordeste.
O IBGE também atualizou o perfil da população indígena: foram contabilizados um milhão e 700 mil. Entre eles, está Tupã Mirim, que trabalhou na equipe de recenseadores. "Foi bem mais fácil para mim e para eles, que aceitaram bem felizes”, disse ele, em entrevista ao SBT Brasil.
Segundo o Censo, as comunidades indígenas e quilombolas estão em expansão no país, e proporcionalmente, são mais jovens do que o restante da população brasileira. Para o Instituto, isso demonstra a importância da adoção de políticas públicas voltadas para esses dois grupos.
"A gente precisa pensar nas políticas de saúde, nas campanhas de vacinação da primeira infância, pensar também na política de educação e de emprego e renda”, explica Isabela Nery Lima, analista censitária do IBGE.
A média de idade dos indígenas é a menor do país: 25 anos, dez abaixo da média geral no Brasil (35 anos). A dos quilombolas é de 31 anos.
A pesquisa também apontou que em uma década, o número de indígenas aumentou 89%. "A população indígena não sofreu o processo de redução de fecundidade, de envelhecimento, como a gente vê na população brasileira como um todo. A gente continua tendo uma população indígena com uma demografia totalmente diferenciada da população residente no Brasil”, explica Marta Antunes, coordenadora Censo de Povos e Comunidades Tradicionais.