Cirurgia sem cortes: Radiologistas defendem inclusão da "ablação" na cobertura do SUS
Indicado para tratamento de câncer, método é considerado menos invasivo. Categoria realizou mutirão de ablações em 20 cidades do país
Radiologistas realizaram um mutirão de ablação, um procedimento cirúrgico sem cortes, em 20 cidades do país. Ao todo, foram 30 atendimentos. A ação, promovida pela Sociedade Brasileira de Radiologia Intervencionista e Cirurgia Endovascular (Sobrice), teve como objetivo de chamar a atenção para eficácia do procedimento e defender sua inclusão na lista de tratamentos 100% financiados pelo Sistema Único de Saúde.
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"A importância desse mutirão é dar visibilidade tanto para os pacientes, quanto para a comunidade médica, dessas tecnologias ablativas. Esses procedimentos só estão disponíveis na rede privada nacional. Eles fazem parte do arsenal terapêutico da maioria dos grandes hospitais que lidam com o câncer no mundo todo", explicou o coordenador-médico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), Marco Menezes.
A ablação garante ao paciente cm câncer a mesma eficácia de uma cirurgia tradicional, porém, muito menos agressiva. Todo o procedimento é acompanhado por um ultrassom; depois que o nódulo é localizado, uma agulha emite calor suficiente para matar as células cancerígenas. Quando o gerador de radiofrequência alcança os 55 graus, o tumor começa a se dissolver, até sumir.
"Você imagina uma cirurgia que você tenha que, às vezes, tirar um pedaço grande do fígado, por conta de um nódulo de um, dois, três centímetros. Vai abrir, ele vai ficar internado, vai para UTI, vai ficar internado ali, pelo menos, quatro, cinco, seis, sete dias, vários exames. Quando você faz ablação, você queimou ali, matou aquele tumor, tirou, e o paciente vai embora para casa no mesmo dia", explica o presidente da Sobrice, Denis Szejnfeld.
Somente uma junta médica pode avaliar se o paciente está apto para esse tipo de cirurgia que, geralmente, é indicada para alguns tipos menores de tumores no fígado, tireoide, rins, pulmões e ossos.
Foi o caso de Elizeu, de 71 anos, que há 6 meses, descobriu um nódulo no fígado. Com expectativa de durar 30 minutos, a ablação dele durou apenas 8. Após a cirurgia, ele se disse otimista com a recuperação. "Daqui para frente só quero pensar em coisas boas".