Chuvas no RS: especialistas avaliam impactos nos seguros de carros a partir de agora
Seguradoras já receberam mais de 23 mil avisos de sinistros de moradores do estado
As seguradoras já receberam mais de 23 mil avisos de sinistros de moradores do Rio Grande do Sul, vítimas da chuva. No entanto, o pagamento dessas indenizações pode ter impacto no preço dos contratos.
A tragédia que tirou a vida de várias pessoas deixou enormes prejuízos aos que sobreviveram. Quem tinha seguro para carros, casas, bens e empresas poderá amenizar as perdas.
“O meu pai perdeu um carro e uma caminhonete, meus tios também. Todos perderam vários carros. Como a gente tinha seguro, a gente acionou a seguradora”, conta Jairo Figueira.
As seguradoras brasileiras já receberam quase 23 mil e 500 avisos de sinistro, que somam mais de R$ 1,5 bilhão em indenizações, que já começaram a ser pagas. O número deve aumentar.
O setor garante que não faltarão recursos, mas se divide quanto ao impacto no preço dos seguros que serão contratados no futuro. “As empresas normalmente fazem análises de risco e de ponderações nas suas precificações, mas eu não acredito que isso deva influenciar, no caso específico do Rio Grande do Sul, porque claramente é um evento fora do normal”, afirma Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg).
No entanto, Eduardo Toledo, vice-presidente de resseguros da Alper, uma das maiores empresas do setor, discorda. “Pelo histórico de perdas que a gente tem ao redor do mundo, que são catastróficas, um seguro chegar a aumentar 20, até 40%, até muito mais, dependendo do segmento. Naquela região específica, mas obviamente impacta num todo, no país como um todo”, revela.
A tragédia no Sul colocou o Brasil no mapa de um tipo de seguro cada vez mais necessário em todo o mundo: contra riscos climáticos. Ele protege contra terremotos, furacões e inundações, por exemplo, desde que esteja muito claro no contrato.
“É importante que você realmente estude as coberturas, veja os limites das importâncias seguradas que você está escolhendo para cada tipo de cobertura contratada”, disse.
“A gente ainda tem uma fração muito pequena de residências e automóveis com seguros contratados, e quando eu vou para residencial, ainda muito menor de alagamento, é o que ampara nesse momento”, afirma Cleverson Veroneze, diretor do Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul.