Chuvas no RS: 336 cidades gaúchas estão em calamidade pública, mostra lista da União
Governo publicou nesse domingo (5) decreto que inclui 67% dos municípios do Rio Grande do Sul afetados severamente por enchente histórica
Mais da metade das cidades do Rio Grande do Sul estão oficialmente em calamidade pública, com decretos dos governos federal e do estado publicados nesse domingo (5). São 336 municípios listados com registros de mortes, destruição de rodovias e vias, imóveis e cortes de abastecimento em decorrência das maiores enchentes da história, devido às chuvas dos últimos 13 dias.
O estado tem 497 municípios. Entre os 336 listados no decreto de calamidade da União, está Porto Alegre.
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A capital é área mais atingida pela cheia do rio Guaíba. O número de mortes ainda é contabilizado, e a previsão é de mais chuvas na semana, apesar da trégua desse domingo em algumas regiões.
"Os eventos meteorológicos são considerados de grande intensidade, classificados como desastres de Nível III - caracterizado por danos e prejuízos elevados", diz decreto 57.600, do governador Eduardo Leite (PSDB), publicado em edição extra do Diário Oficial do Rio Grande do Sul, nesse domingo (5).
No dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) visitou o estado e ao lado do governador, Eduardo Leite (PSDB), prometeu destravar recursos e reforços para enfrentamento à tragédia, os governos bateram cabeça com os números de cidades a serem listadas. O estado editou decreto especificando cidades em situação de danos e prejuízos mais severos e que podem, no campo administrativo e operacional, enfrentar a tragédia, em condições especiais.
Foram 265 reconhecidas como calamidade — o Rio Grande do Sul está nessa classificação desde o dia 1º de maio. Número também reconhecido no decreto do governo federal públicado nesse domingo. Horas depois, um novo decreto elevou para 336 — o que representa 67,6% do total do estado.
Nessas cidades, contratos, gastos e procedimentos podem ser feitos de forma rápida, devido ao desastre natural. Esse nível considera perdas de vidas, material, ambiental e estrutural, como rodovias, redes de água, esgoto e energia — que podem ampliar os estragos gerados pelas chuva e enchentes.
Desastre histórico
As pancadas de chuva e os estragos começaram em 24 de abril e devem continuar nesta semana. Os chamados eventos climáticos extremos são "chuvas intensas, alagamentos, granizo, inundações, enxurradas e vendavais".
Ao todo, a Defesa Civil do Rio Grande do Sul lista 341 cidades afetadas pelas chuvas e enchentes. O número de municípios em calamidade pública estadual é menor. As prefeituras também decretam calamidade municipal.
No boletim das 18h de ontem da Defesa Civil estadual, 78 pessoas morreram e outros quatro óbitos estão em investigação. Há ainda 105 pessoas desaparecidas e 175 feridos.
Ao todo, 844,6 mil pessoas foram afetadas pela tragédia, segundo a Defesa Civil. São 115,8 mil moradores desalojados e 18,4 mil em abrigos.
Veja as 336 cidades em calamidade no RS na Portaria 1.379, publicada no Diário Oficial da União desse domingo.