Chuva dá trégua em Porto Alegre, mas bairros permanecem alagados
Nível do Guaíba acima dos 5 metros pode levar ao menos quatro semanas para baixar
A chuva deu uma trégua nesta terça-feira (7) em Porto Alegre, mas o nível do Guaíba ainda está em mais de cinco metros, acima do limite, e diversos bairros da cidade permanecem alagados.
No centro histórico da capital gaúcha, tomado pelo Guaíba desde sexta-feira, moradores fizeram fila desde cedo pra conseguir água potável.
A agonia diante do racionamento não era só de quem queria comprar água mineral. "Acabei de receber 100 galões, a gente não tem o que fazer, não dá pra todos", afirmou, chorando, o comerciante Pedro Paulo Bieniek.
Na Cidade Baixa, bairro ao lado, também falta luz. Sem previsão de retorno, moradores se revezavam para carregar aparelhos eletrônicos em um comércio que cedeu um gerador para os moradores.
A cheia do Guaíba será duradoura, afirmam especialistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A depender das condições de chuva e vento, o nível acima dos cinco metros pode levar pelo menos quatro semanas para baixar.
Para se ter uma ideia, na enchente histórica de 1941, quando o lago chegou a 4,76 metros, demorou 32 dias pro nível do rio voltar ao normal.
Enquanto a água não baixa, criminosos fazem saques a botes que resgatam a população, a casas e a comércios. Somente nesta segunda-feira, sete pessoas foram presas na zona norte da capital.
Com a onda de saques piorando na Grande Porto Alegre, 400 homens da Força Nacional vão desembarcar no Rio Grande do Sul para reforçar o policiamento.
No Vale do Taquari, a água baixou e foi possível ver os estragos em diferentes cidades. Um levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) estima o prejuízo em R$ 4,6 bilhões. Os números não são definitivos. As maiores perdas são no setor habitacional. Quase 100 mil casas foram danificadas ou destruídas no Rio Grande do Sul.