Caso Marielle: depoimento de Chiquinho Brazão é interrompido por falhas no sinal de presídio e segue nesta terça (22)
Deputado é o primeiro réu interrogado no STF; acusado junto com Domingos Brazão de mandar matar a vereadora, ele negou envolvimento com o crime e motivação
O depoimento do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta segunda-feira (21), sobre a execução da vereadora Marielle Franco (PSOL), em 2018, foi suspenso e deve ser retomado nesta terça-feira (22). O deputado negou ser o mandante e disse não ter tido contato com o miliciano Ronnie Lessa, assassino confesso, e classificou o crime como "maldade".
É o primeiro réu do processo penal contra os mandantes do crime, que vitimou também o motorista Anderson Gomes. Ouvido por videoconferência pelo desembargador Airton Vieira, juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, no STF, Brazão falou da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), onde está preso.
Com conexão de internet apresentando problemas, a audiência foi diversas vezes interrompida. Por volta das 19h, ela foi suspensa e será retomada nesta terça-feira (22).
Chiquinho Brazão e o irmão Domingos Brazão, conselheiro do TCE do Rio e ex-deputado, foram denunciados pela Procuradoria Geral da República (PGR) e viraram réus por serem os mandantes do assassinato.
Os irmãos estão presos desde março por ordem do STF. Além dos irmãos Brazão, o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, e dois nomes ligados à milícia — um deles, Roberto Calixto Fonseca, o Peixe, é ex-assessor de Domingos — foram acusados pela PGR em de serem mandantes do crime. Todos negam os crimes apontados pela PGR.
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Chiquinho Brazão negou que tivesse motivos para assassinar a vereadora, como acusou a PGR. Ele era vereador no Rio, em 2018, e disse que conversava com Marielle. Chegou a se emocionar ao falar da vítima, que chamou de "amiga".
"Foi maldade o que fizeram. Tinha um futuro brilhante, sem dúvida nenhuma", afirmou o deputado.
O réu reconheceu que teve um desentendimento "momentâneo" com a colega de Câmara de Vereadores, na discussão de um projeto sobre regularização fundiária, mas elogiou a vereadora e negou ter motivos.
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A denúncia da PGR aponta que os Brazão se "associaram a grileiros de terra e milicianos do Rio de Janeiro com objetivo de apropriar-se de áreas públicas e de proteção ambiental a fim de comercializá-las", na zona oeste, em especial, em Jacarepaguá.