Capão da Canoa: litoral do RS fica superlotado com pessoas que fogem das enchentes
Cidade teve de se adaptar para acolher gaúchos de diversos pontos do estado; ocupação local passou de 80 mil para quase 300 mil
Pessoas fugindo das enchentes no Rio Grande do Sul têm superlotado a cidade de Capão da Canoa (RS), no litoral do estado, desde o início das chuvas. Um representante comercial da região disse, em entrevista ao Brasil Agora desta quinta-feira (16), que a ocupação do município passou de cerca de 80 mil para quase 300 mil em meio à crise climática.
+ Estação de tratamento de água volta a funcionar em Porto Alegre
"Virou epicentro para receber a população de Porto Alegre, do interior, da Serra Gaúcha. Nossa cidade está entre mar e serra e as pessoas descem pro litoral para ter mais segurança, tranquilidade, comida e, principalmente, água potável", disse Augusto Cesar Roesler, presidente da Associação Comercial de Capão da Canoa e Xangri-lá.
Roesler contou que, em período de alta temporada, a região chega a receber um milhão de pessoas. Agora, por causa da catástrofe ambiental, ele avaliou que a cidade deve seguir recebendo gaúchos de outros locais por pelo menos mais 60 dias.
+ Nível do Guaíba volta a ficar abaixo dos 5 metros, mas chuva retorna no RS
"Com essa migração, a cidade está se adaptando. Nosso comércio, prestação de serviços, mercados não estavam preparados. Com ajuda do poder público e de entidades privadas, nos organizamos para receber as pessoas. Não faltam suprimentos ou mantimentos. A dificuldade hoje é nos hortifrutigranjeiros", apontou.
Segundo a associação, movimento em restaurantes aumentou cerca de 100%. Consumo de água potável subiu 70%; nos setores de combustíveis e mercados, houve alta de 50%.
+ VÍDEO: Exército usa drones e resgata moradores em teto de prédio de Canoas (RS)
"É um consumo de verão, de alta temporada. Nos deixou um pouco assustados no começo. Peço pra população que venha com tranquilidade, que não vão faltar suprimentos", falou Roesler.