Capão da Canoa: litoral do RS fica superlotado com pessoas que fogem das enchentes
Cidade teve de se adaptar para acolher gaúchos de diversos pontos do estado; ocupação local passou de 80 mil para quase 300 mil

Felipe Moraes
Pessoas fugindo das enchentes no Rio Grande do Sul têm superlotado a cidade de Capão da Canoa (RS), no litoral do estado, desde o início das chuvas. Um representante comercial da região disse, em entrevista ao Brasil Agora desta quinta-feira (16), que a ocupação do município passou de cerca de 80 mil para quase 300 mil em meio à crise climática.
"Virou epicentro para receber a população de Porto Alegre, do interior, da Serra Gaúcha. Nossa cidade está entre mar e serra e as pessoas descem pro litoral para ter mais segurança, tranquilidade, comida e, principalmente, água potável", disse Augusto Cesar Roesler, presidente da Associação Comercial de Capão da Canoa e Xangri-lá.
Roesler contou que, em período de alta temporada, a região chega a receber um milhão de pessoas. Agora, por causa da catástrofe ambiental, ele avaliou que a cidade deve seguir recebendo gaúchos de outros locais por pelo menos mais 60 dias.
"Com essa migração, a cidade está se adaptando. Nosso comércio, prestação de serviços, mercados não estavam preparados. Com ajuda do poder público e de entidades privadas, nos organizamos para receber as pessoas. Não faltam suprimentos ou mantimentos. A dificuldade hoje é nos hortifrutigranjeiros", apontou.
Segundo a associação, movimento em restaurantes aumentou cerca de 100%. Consumo de água potável subiu 70%; nos setores de combustíveis e mercados, houve alta de 50%.
"É um consumo de verão, de alta temporada. Nos deixou um pouco assustados no começo. Peço pra população que venha com tranquilidade, que não vão faltar suprimentos", falou Roesler.









