Brinquedos e cartinhas: crianças se solidarizam com vítimas do Rio Grande do Sul
Em São Paulo, várias escolas estimulam arrecadações para aliviar um pouco o sofrimento das crianças gaúchas
Além de roupas, material de limpeza e alimentos, o Brasil também se mobiliza para doar brinquedos ao Rio Grande do Sul. Em São Paulo, várias escolas estimulam arrecadações para aliviar um pouco o sofrimento das crianças gaúchas.
"O que está acontecendo é que as pessoas perderam as casas, perderam as roupas, perderam suas moradias, e elas todas estão esperando por resgate ou algum tipo de ajuda nesse momento”, afirma a professora Natália Gomes Miranda.
Nas salas de aula, a empatia é trabalhada como se fosse uma matéria da grade curricular. Falar da tragédia durante as aulas ajuda a despertar o sentimento de solidariedade dos alunos, que se mobilizaram em busca de doações. Muitos brinquedos foram arrecadados para ajudar as crianças gaúchas a superar os traumas causados pelas enchentes.
"Não é porque a gente está numa situação dessas que a criança tem que deixar de brincar. Brincar é a maneira que a criança tem de se expressar, de mostrar suas angústias, seus medos, suas verdades”, diz José Paulo Ferreira, presidente da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul.
Olívia Figueiredo, de oito anos, conta que ajudou a embalar até a boneca que a acompanha desde o berço. "Eu ganhei ela com três anos, chama Elise. Quero que ela seja ganha por uma criança”, revela.
No Colégio Camino School, na zona oeste de São Paulo, a ideia de reunir doações partiu de três adolescentes e os 500 alunos da escola abraçaram. "Uma das funções da escola é conseguir ver o outro, aprender sobre o outro”, afirma Letícia Lyle, diretora da escola.
As crianças também escreveram cartinhas de apoio para serem enviadas ao Sul do país. "Olá, eu sei que você está passando por uma situação muito difícil. Mas eu sei que vai melhorar. Eu não sei como está se sentindo, mas deve ser muito ruim. Eu espero que tudo melhore pra você”, diz o texto de João Montes, de 10 anos.