O mundo se solidariza com as vítimas das enchentes no Sul do Brasil
Secretário-geral da ONU enviou condolências aos brasileiros que perderam parentes e amigos por causa das chuvas no Rio Grande do Sul
Washington DC - Nos estados do Michigan, Tennessee e em parte da Flórida, o alerta nesta sexta-feira (10) é para os tornados que deixaram mortos nos Estados Unidos nesta semana. Em Nashville, na quinta-feira (9), uma inundação noticiada como histórica alagou bairros inteiros. Há apenas um mês, as imagens das enchentes de grandes proporções no solo americano vinham da Califórnia. Cidades como Los Angeles viram cenas incomuns para esta época do ano, com desabamento de morros e correnteza que virou lama e invadiu casas e lojas. Em setembro do ano passado, o festival Burning Man, no deserto de Nevada, virou um caso de emergência nacional. A chuva inesperada transformou o local em um grande pântano inacessível por vários dias.
Nos Estados Unidos, a repercussão em maior escala sobre o que acontece nas mais de quatrocentas cidades gaúchas veio mais para o fim da semana. Ao passar dos dias, sem a água abaixar totalmente, cenas como a do cavalo Caramelo preso no telhado e depois resgatado, rodaram o mundo com maior velocidade. As TVs abertas americanas começaram a transmitir as imagens do sul do Brasil com mais destaque nas últimas 24 horas. O Washington Post deu destaque ao trabalho das equipes de resgate e analisa o desafio a longo prazo para as cidades atingidas, que estão, por exemplo, sem água potável.
Análises mais globais de outros meios estrangeiros citam as inundações em Houston e o calor extremo na Ásia como fatos claros do aquecimento que afeta o planeta. "Uma onda brutal de calor na Ásia fechou as escolas nas Filipinas, matou pessoas na Tailândia e bateu recordes de temperatura máxima na Indonésia, na Malásia, nas Maldivas e em Myanmar", reporta a Associated Press, que também descreve a situação dos africanos que sofrem com as altas temperaturas, além dos tornados mais devastadores que afetam os Estados Unidos.
O francês Le Figaro usou a expressão "universo paralelo" para descrever a realidade dos milhares de gaúchos que estão há dias com cidades inteiras debaixo d'água e destacou o empenho do governo brasileiro em não medir esforços para a contenção e a solução do problema. Da ONU, em Nova York, o secretário-geral António Guterres enviou condolências aos brasileiros que perderam parentes e amigos nas inundações e disse que "desastres como esse são uma lembrança dos efeitos devastadores da crise climática na vida de todos".