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Brasil tem mais de 1 milhão de CACs; 30% não possuem arma registrada, diz PF

Segundo diretor Fabrício Kerber, parte dos colecionadores, atiradores e caçadores utiliza armas de clubes e estandes de tiro

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Estande de tiro | Divulgação/Joédson Alves/Agência Brasil
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Segundo o diretor de Polícia Administrativa da Polícia Federal (PF) Fabrício Kerber, o Brasil possui atualmente 1.022.021 certificados de CACs ativos — como é conhecido o grupo formado por caçadores, atiradores e colecionadores —, porém cerca de 30% desses usuários não possuem armas registradas e utilizam equipamentos de clubes e estandes de tiro. Os dados foram apresentados em evento com a imprensa na manhã desta segunda-feira (15).

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Apesar de quase 1/3 dos CACs não possuírem armas registrados, o número de equipamentos supera o de usuários cadastrados na PF. Atualmente há 1.588.677 armas de fogo registradas em nome de CACs em todo o país.

Segundo Kerber, nos últimos três anos ainda houve uma queda de 80% no número de armas registradas no país. De 2020 a 2022, foram registradas cerca de 1,1 milhão de armas de fogo — sendo 700 mil por CACs e aproximadamente 475 mil para defesa pessoal, o que inclui equipamentos registrados por policiais civis e federais. Já de 2023 a 2025, foram 160 mil registros de armas por CACs e 80 mil para defesa pessoal, totalizando 240 mil novos registros no período.

A Polícia Federal assumiu o controle, registro e fiscalização de CACs em julho deste ano por decisão do governo federal. Antes, os trabalhos estavam sob a responsabilidade do Exército. Segundo o diretor Fabrício Kerber, havia receio entre colecionadores, atiradores e caçadores sobre a mudança. Resistência, porém, vencida em pouco tempo.

"Hoje a gente tem deputados da bancada da bala apresentando projetos pra mudar o Estatuto do Desarmamento para retirar o controle do Exército do texto e vir para a PF por medo de que num próximo governo isso possa mudar", pontuou Kerber, que ainda destacou a transparência do trabalho da PF como um dos aspectos mais elogiados.

Na conversa com jornalistas, o diretor destacou que, em 2026, a corporação terá um dos maiores desafios dos últimos anos: a renovação de aproximadamente 1,5 milhão de registros de armas de fogo.

"Com a diminuição do prazo de validade de registro de armas para três anos, em julho de 2026, 1,5 milhão de registros de CACs vencerão. Então, a PF está trabalhando com esta atualização do sistema [de análise semi-automática] para que possamos dar conta desta demanda no registro de armas. Nosso foco principal vai ser que a gente possa efetivamente fazer a fiscalização nesta renovação e, nisso, garantir que somente os CACs que atendem os requisitos tenham o registro renovado", afirmou o diretor.

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