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Ações da PF causam prejuízo recorde de R$ 9,6 bilhões ao crime organizado em 2025

Para diretor-geral da PF, a descapitalização é uma das principais estratégias de combate ao crime organizado

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Diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues | Divulgação/José Cruz/Agência Brasil
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Em evento com a imprensa na manhã desta segunda-feira (15), o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, apresentou o balanço das ações da corporação em 2025. Segundo os dados, o ano registrou um prejuízo recorde de R$ 9,6 bilhões ao crime organizado, resultado de operações de descapitalização, bloqueio de bens e apreensões. O valor representa um aumento de 57% em relação a 2024, quando o total foi de R$ 6,1 bilhões.

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"Não são bloqueios de contas de recursos que muitas vezes nunca são localizados. Este numero é de valor efetivamente apreendido, seja em espécie, imóveis, embarcações, aeronaves, criptomoedas, ouro... São recursos que efetivamente foram retirados do crime organizado", expôs Rodrigues.

Ao longo do ano, a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco) realizou 215 operações, que resultaram em 978 prisões e 1.551 mandados de busca e apreensão cumpridos. O total de operações homologadas pela PF também cresceu, passando de 3.133 em 2024 para 3.310 em 2025. Já o número de mandados de prisão cumpridos subiu 10,5%, de 2.184 para 2.413.

Rodrigues defendeu o trabalho conjunto entre as forças de segurança e afirmou que a cooperação entre as diferentes polícias é fundamental para ampliar resultados.

"Nós fazemos de cinco a dez operações por dia na Polícia Federal. Eu queria que cada polícia estadual fizesse duas, cinco operações por dia. Isso não compete, mas soma esforços não só na Ficco, mas nas ações dos estados. Eu quero que a Polícia Federal seja parceira dos estados em todos os setores", disse o diretor-geral.

Atuação nas fronteiras

Na faixa de fronteira, a Polícia Federal realizou 358 operações, com 1.391 pessoas indiciadas, 1.809 mandados de busca e apreensão e 394 prisões.

Rodrigues defendeu o trabalho da corporação nessas áreas e comparou a situação brasileira com a dos Estados Unidos.

"Temos uma faixa de fronteira terrestre aqui muito maior do que a dos Estados Unidos, por exemplo. E eu não tenho notícias de que os Estados Unidos consigam evitar problemas em fronteiras com drogas ou criminalidade, assim como nenhum país do mundo não tenha problemas em suas fronteiras. Precisamos de mais equipamentos e recursos para este trabalho", argumentou.

Menor desmatamento da década

O balanço também mostrou uma redução de 10,7% no desmatamento da Amazônia entre janeiro e novembro de 2025, em comparação ao mesmo período de 2024. A área desmatada caiu de 6,5 mil km² para 5,8 mil km² — a menor taxa da década.

PL Antifacção

Andrei Rodrigues também aproveitou o evento para elogiar a atuação do senador Alessandro Vieira (MDB), relator do Projeto de Lei Antifacção no Senado.

"Tivemos um diálogo muito honesto, muito franco, com o senador Alessandro Vieira, na Comissão do Crime Organizado. Ele trouxe melhoras no projeto da Câmara que era inaceitável, que restringia o poder de atuação da Polícia Federal. Com a nova análise pelo Senado e pelo relator, foram corrigidas distorções", disse Rodrigues.

Mais agilidade nos inquéritos

O balanço também apontou melhora na eficiência das investigações conduzidas pela Polícia Federal. O tempo médio de conclusão dos inquéritos caiu de 465 dias em 2024 para 444 dias em 2025, uma redução de 4,5%.

Houve ainda aumento na taxa de solução de inquéritos, que passou de 85,49% para 86,16%.

O número de pessoas indiciadas cresceu 11,1%, subindo de 35.476 para 39.414, enquanto o total de inquéritos instaurados caiu 9,2%, de 45.070 para 40.922.

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