Brasil deixará de usar amálgama em restaurações dentárias até 2030
Material com mercúrio será substituído por resinas modernas, em cumprimento a acordo internacional para proteger a saúde e o meio ambiente

Magdalena Bonfiglioli
O Ministério da Saúde anunciou que o amálgama — aquele material prateado usado por décadas em restaurações dentárias — deixará de ser utilizado no Brasil até 2030. A substância contém mercúrio, elemento que pode causar contaminação ambiental quando descartado de forma inadequada.
Hoje, o procedimento mais comum nos consultórios é feito com resina composta da cor do dente, que endurece imediatamente com o uso de uma luz específica. Esse material já é amplamente conhecido entre os mais jovens, enquanto o amálgama, uma liga metálica que inclui mercúrio, era o padrão em tratamentos no passado.
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A mudança faz parte de um compromisso assumido pelo Brasil na Convenção de Minamata, assinada em 2013, no Japão. O tratado internacional visa eliminar o uso do mercúrio em diversas áreas, como lâmpadas, termômetros, mineração, indústria e, agora, na odontologia.
Mesmo antes da assinatura do acordo, o Brasil já utilizava amálgama em cápsulas prontas, o que reduzia o contato direto dos dentistas com o mercúrio. No entanto, a preocupação permanece no momento da retirada dessas restaurações antigas, quando o resíduo pode atingir o meio ambiente.
O principal risco associado ao mercúrio não é a exposição direta ao metal em sua forma pura, mas sim quando ele se transforma em metilmercúrio — uma forma muito mais tóxica. Essa transformação ocorre naturalmente na água, onde bactérias presentes no fundo de rios, lagos e mares conseguem converter o metal, permitindo sua entrada na cadeia alimentar.









