Brasil apresenta programa Florestas Produtivas como vitrine sustentável na COP30
Iniciativa do governo federal quer unir geração de renda na Amazônia e recuperação de áreas degradadas por meio de sistemas agroflorestais


Gabriela Tunes
O governo brasileiro vai apresentar ao mundo, durante a COP30, o Programa Nacional de Florestas Produtivas. A proposta busca conciliar sustentabilidade e desenvolvimento econômico em comunidades rurais da Amazônia, transformando áreas degradadas em espaços produtivos e restaurados.
Executado pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o programa incentiva a recuperação de áreas degradadas por meio de sistemas agroflorestais, modelo que combina o cultivo de espécies agrícolas e florestais, com dois objetivos centrais: gerar renda para quem vive da floresta e contribuir para a mitigação das mudanças climáticas.
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O programa aposta em integração entre lavoura, pecuária e floresta. A lógica é recuperar áreas verdes degradadas ampliando o cultivo de alimentos de alto valor econômico, como cacau, açaí, cupuaçu e maracujá, unindo conservação ambiental e renda para as famílias.
O modelo busca inverter a tendência histórica de desmatamento com monoculturas e fortalecer práticas agrícolas mais resilientes ao clima.
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Além dos produtos típicos da sociobiodiversidade amazônica, o Florestas Produtivas também incentiva o cultivo de alimentos de curto ciclo, como abóbora, melancia, maxixe, quiabo, milho, feijão, arroz, mamão, abacaxi, cará e macaxeira. Essas culturas garantem renda imediata às famílias enquanto as árvores tropicais crescem e as áreas degradadas se recuperam.
O Programa Nacional de Florestas Produtivas já soma R$ 426 milhões em investimentos. Desse total:
- R$ 150 milhões vieram do BNDES, via Fundo Amazônia, no edital Restaura Amazônia;
- R$ 50 milhões foram aportados pela Caixa, por meio do Fundo Socioambiental Caixa;
- R$ 52 milhões vieram do MDA, incluindo o projeto-piloto no Pará;
- O programa Da Terra à Mesa, também do MDA, vai injetar R$ 88 milhões;
- E a Conab destinará R$ 86 milhões, também com recursos do Fundo Amazônia.
O programa também prevê a recuperação de pastagens degradadas, sem eliminar a atividade pecuária da região. A meta é melhorar a qualidade das áreas de pasto e da alimentação do gado, reduzindo o impacto ambiental da produção e otimizando o uso da terra.
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Ao apresentar o Florestas Produtivas na COP 30, o governo quer reforçar o papel do Brasil como liderança global na transição ecológica, mostrando que é possível conciliar combate ao desmatamento, segurança alimentar e desenvolvimento rural sustentável.








