Bailarina carioca se torna a primeira bolsista negra da Académie Princesse Grace
Adolescente estudará em uma das escolas de balé mais tradicionais da Europa
Uma adolescente do Rio de Janeiro está prestes a dar um grande passo para realizar o sonho de se tornar uma bailarina conhecida internacionalmente. A jovem será a primeira bolsista negra de uma importante escola de balé do principado de Mônaco, na Europa.
Moradora do bairro da Penha Circular, na zona norte do Rio de Janeiro, Ilana Barcelos, de 14 anos, chamou a atenção da Académie Princesse Grace em abril do ano passado, quando participou da Youth America Grand Prix (YAGP), competição realizada em Tampa, nos Estados Unidos. A bailarina brasileira foi uma das 25 escolhidas de todo o mundo.
A renomada academia de dança chegou a oferecer uma bolsa em um curso de verão de duas semanas para a dançarina. No entanto, a família não teve condições de custear a viagem.
Já no mês de julho, a garota participou de outra competição internacional, desta vez em São Paulo, chamada "Passo de Arte”.
Um dos jurados era Luca Masala, diretor da Académie Princesse Grace. Ilana foi campeã de todas as categorias que disputou e ganhou o principal prêmio da noite: uma bolsa integral na escola de balé de Mônaco pelos próximos quatro anos. Agora, o principado europeu será sua nova casa.
Ela será a primeira bolsista negra da Académie Princesse Grace, localizada no principado de Mônaco, considerada uma das melhores escolas de balé da Europa. Ela embarcou na noite desta segunda-feira (18), no Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, para realizar o sonho.
A Académie Princesse Grace forma bailarinos para atuar em grandes companhias. O nome é uma homenagem à princesa Grace, que, em 1975, decidiu criar uma escola de dança de alto nível em Mônaco, juntamente com o marido, o príncipe Rainier III. A princesa entrou para a família real em 1956, mas antes disso, era uma atriz que estrelou vários filmes de sucesso.
O talento de Ilana para o balé vem desde pequena. A família conta que, quando aprendeu a andar, a menina ficava nas pontas do pé. Além disso, fazia algumas posições que remetiam à dança, como colocar as mãos juntas sobre a cabeça. Por causa disso, com três anos, os pais tiveram a ideia de colocar a menina nas aulas de balé. Aos cinco anos, Ilana já competia em concursos regionais.
Nas redes sociais, a adolescente mostra consciência e orgulho de ser uma bailarina negra. Em um post publicado quando concorreu no YAGP, ela comemorou o fato de que pôde dançar sem meia-calça, mostrando o tom da sua pele.