Artesão e garçom. Quem era o homem que morreu esperando atendimento em UPA
José Augusto Mota da Silva tinha 32 anos. Nascido no interior de SP, se mudou para o Rio de Janeiro para tentar a vida
Gabriella Furquim
O homem que morreu sentado em uma cadeira enquanto esperava atendimento médico em uma UPA no Rio de Janeiro é José Augusto Mota da Silva, de 32 anos. Nascido em Mogi Guaçu, no interior de São Paulo, ele morava no Rio desde 2012.
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Artesão, José Augusto vendia brincos, colares e pulseiras feitos por ele na praia durante o dia e à noite trabalhava de garçom em um restaurante na Barra da Tijuca.
Após a morte, o secretário de Saúde, Daniel Soranz, afirmou que vai demitir todos os funcionários que estavam de plantão na unidade.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra José Augusto sentado, com a cabeça inclinada. Um funcionário da UPA se aproxima dele, que não reage. Em seguida, o homem é colocado na maca pelo funcionário.
O paciente chegou na unidade se queixando de fortes dores. De acordo com nota da Secretaria de Saúde do município, "segundo relatos iniciais dos profissionais, tudo aconteceu muito rápido, o paciente estava lúcido e entrou andando na unidade, acompanhado por uma pessoa que informou não poder permanecer no local".
Dados do sistema mostram que a classificação de risco foi feita às 20h30 e, poucos minutos depois, a equipe médica foi acionada porque o paciente estava desacordado. Ele foi levado à Sala Vermelha para atendimento, mas morreu em parada cardiorrespiratória.
Soranz declarou que, além da demissão, os funcionários da unidade vão responder sindicância e serão denunciados nos seus respectivos conselhos de classe. Disse ainda que é inadmissível não perceberem a gravidade do caso.
O corpo de José Augusto foi encaminhado para o Instituto Médico Legal, que vai apurar a causa da morte.