Após dois meses de desaparecimento, mãe encontra casal de filhos com o pai em MG
Mãe não teve mais contato com os filhos após serem entregues ao pai em julho

Estado de Minas
Os irmãos Fábio de Paula Gomes Filho, de 7 anos, e Ana Júlia de Paula Gomes, de 5, foram entregues à mãe, Klissia Santos Silva, na quinta-feira (18), em Uberlândia (MG), após mais de dois meses de separação. A mulher não teve mais contato com os filhos, nem por telefone ou WhatsApp, depois de entregá-los em 9 de julho ao ex-companheiro na porta de sua casa. Os filhos estão bem.
O acordo era que Fábio e Ana Júlia passassem as férias escolares com o pai na cidade onde ele mora, Tupaciguara, também na região do Triângulo Mineiro. As crianças deveriam ser devolvidas no dia 21 do mesmo mês, o que não ocorreu e levou a mãe a procurar a polícia. A Polícia Civil divulgou cartazes virtuais com telefones para informações e inseriu as crianças no rol de desaparecidos em 22 de julho.
Klissia disse em entrevista à TV Paranaíba que os filhos estavam no Rio de Janeiro (RJ) e retornavam a Uberlândia com o pai, que vinha acompanhado da mãe e da irmã. Caminhoneiros reconheceram o homem em um posto de combustíveis em Santa Juliana (MG). Um deles, amigo da família, acompanhou o veículo até a cidade, sem realizar nenhuma abordagem. O caso de Klissia teve ampla repercussão na imprensa e nas redes sociais.
Os advogados do pai e da mãe combinaram a entrega das crianças na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Uberlândia, mas a entrega acabou acontecendo em um condomínio na região do Shopping Park.
“O pai estava presente na hora da entrega das crianças. Ele chorou e se fez de vítima. Somos mães e somos guerreiras. Pelos nossos filhos, a gente faz qualquer coisa. Então fui à luta e consegui pegar meus filhos. Agradeço a todos que estiveram comigo. A gente venceu. Estou muito feliz. Não sei nem como expressar”, declarou Klissia em vídeos publicados por meio da função Stories no Instagram.
Defesa
A advogada de Klissia, Mariana Machado, disse ao Estado de Minas que, a princípio, a ação do pai é um desdobramento do processo de guarda, que concedeu à mãe a responsabilidade legal unilateral. “O pai, inconformado com a decisão judicial, já planejava sumir com as crianças”, disse à reportagem.
De acordo com ela, em algumas ocasiões, o filho mais velho contou à mãe que o pai dizia que iria levá-los e desaparecer. A advogada acrescentou que o homem vendeu imóveis, o que, segundo avalia, reforça a suspeita de que planejava fugir com os filhos. Machado também disse que a filha mais nova do casal tinha crises de epilepsia e dependia de medicamentos de uso contínuo, condição que causou grande aflição à mãe em decorrência da falta de notícias.
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