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Airbnb, Quinto Andar e outros: crimes envolvendo apps de imóveis crescem 20% em 2024

SBT realizou levantamento exclusivo via Lei de Acesso à Informação; em dez anos, 1.815 boletins de ocorrência foram registrados, em SP

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Com a alta de preços de hotéis convencionais, tem sido comum a procura de hospedagens em aplicativos de imóveis, seja por viagens a turismo ou para quem precisa de um espaço por conta do trabalho.

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O Jornalismo do SBT realizou um levantamento, via Lei de Acesso à Informação, que mapeia os crimes cometidos nesses ambientes, no estado de São Paulo.

Entre 2014 e 2024, foram registrados 1.815 boletins de ocorrência que mencionam as plataformas Airbnb, Quinto Andar e Zap Imóveis. Somente no ano passado, em comparação com o anterior, houve um aumento de 20% dos casos.

Quais são os crimes que mais acontecem?

Hóspede joga lixo em apartamento alugado pelo Airbnb, em São Paulo | Reprodução
Hóspede joga lixo em apartamento alugado pelo Airbnb, em São Paulo | Reprodução

Os dados mostram os dois lados da moeda. Ou seja, os prejuízos de quem aluga o espaço e de quem está só de passagem no imóvel.

Em primeiro lugar, com 807 boletins de ocorrência, o equivalente a 44% dos casos, o delito mais praticado foi o estelionato. Muitas vezes, ainda no ambiente digital, um falso-anunciante consegue fazer com que a vítima pague a locação de uma residência e, só ao chegar no local, que a pessoa percebe que caiu em um golpe.

O furto ocupa a segunda oposição com 332 denúncias - 18% do total. Isso significa que o hóspede, se sentindo o dono do espaço, rouba objetos e pertences do imóvel ou proprietário. Na sequência, os crimes são:

  • Outros não criminal - comportamentos registrados em boletins, que são reprováveis, mas que não configuram crime - 245 casos | 13%
  • Roubo - 74 casos | 4%
  • Injúria - 65 casos | 3,6%
  • Dano - 34 casos | 1,9%
  • Ameaça - 31 casos | 1,7%

Dos 1.815 registros, a plataforma Airbnb foi a que mais apareceu nos boletins de ocorrência, com 1481 denúncias. A Zap Imóveis aparece em seguida, com 240, e o Quinto Andar, com 94.

Vale destacar que os números não demonstram que uma é mais ou menos segura que a outra. Veja, no fim da reportagem, como se proteger.

Saiba quais são as 7 cidades onde os crimes mais ocorrem

Praia das Pitangueiras no Guarujá | Reprodução/Prefeitura
Praia das Pitangueiras no Guarujá | Reprodução/Prefeitura

O SBT analisou os quase 2 mil boletins de ocorrência e descobriu quais são as sete cidades do estado de São Paulo com as maiores incidências criminais, envolvendo as plataformas mencionadas.

A capital paulista é o município do estado onde mais acontece os crimes relacionados aos aplicativos de imóveis. Dos registros, 945 foram em São Paulo, o equivalente a 52% do total.

Em seguida, a cidade de Campinas, no interior de estado, lidera a lista equilibrada, com 65 registros - cerca de 4%.

  • Ubatuba - 56 casos | 3%
  • Praia Grande - 56 casos | 3%
  • Guarujá - 52 casos | 3%
  • Guarulhos - 30 casos | 2%
  • Santo André - 28 casos | 2%

Como se proteger?

Seguindo o especialista em Direito do Consumidor, Enki Pimenta, as negociações de imóveis precisam ser feitas dentro das plataformas para a segurança tanto de quem hospeda quanto do hóspede. De acordo com o especialista, quando a transação financeira ocorre pela plataforma, o aplicativo fica responsável pelo eventual prejuízo. Ou seja, migrar a negociação para outro dispositivo pode tirar a responsabilidade da plataforma.

  • Proprietário: registrar em imagem o que o locatário está recebendo. É fundamental que a entrega das chaves seja feita por um anfitrião de forma presencial. O registro de entrada é fundamental. Quanto mais elementos maiores as chances de ressarcimento.
  • Locatário - sempre ficar atento com as avaliações, tentar checar se são reais, tirar foto de tudo, inclusive print do que está sendo ofertado.

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