Advogado nega que Mauro Cid tenha omitido informações e diz que auxiliar só cumpria ordens de Bolsonaro
Defesa diz que tenente-coronel está à disposição da Polícia Federal para novo depoimento
Nathalia Fruet
O advogado Cézar Bitencourt confirmou nesta terça-feira que o tenente-coronel Mauro Cid deve voltar a falar aos investigadores nos próximos dias, mas ponderou que ainda não houve intimação formal. Cid foi ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) enquanto ele presidiu o Brasil, de 2019 a 2022.
Bitencourt rebate as informações divulgadas de que o militar teria omitido dados da PF durante o depoimento em agosto do ano passado.
"O Cid teve aquele período inicial complicado, seis horas de interrogatório, é normal que ele seja ouvido de novo. Ele fez a colaboração premiada e está à disposição da polícia. Pergunta, responde, pergunta, responde. Eu não tenho o que omitir. Não perguntou, não respondeu", justificou o advogado do militar.
Segundo Cézar Bitencourt, Mauro Cid não lembrava do arquivo que estava no notebook do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e que continha o vídeo da reunião ministerial de 5 de julho de 2022 quando o ex-presidente discutiu com ministros como dar um golpe de Estado. A defesa do militar sustenta que o tenente-coronel não tinha como lembrar de todas as informações.
O advogado também negou que tenha sido Cid que, na quinta-feira à tarde, após a operação da PF que teve como alvo Bolsonaro e aliados, tenha liberado acesso a um arquivo com o vídeo da reunião editado sem os principais trechos com teor golpista quando os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira fazem a defesa que todos trabalhem por uma ruptura institucional.
Para a defesa de Mauro Cid, o vídeo é revelador sobre a postura de um ditador que Bolsonaro teve durante todo o governo ele também diz que isso mostra que o ex-ajudante de ordens não tinha como reagir porque precisava cumprir ordens. Cézar Bitencourt repetiu o que já havia falado outras vezes que o tenente-coronel só cumpria ordens do ex-presidente.
Procurada, a defesa de Bolsonaro ainda não se manifestou.