Acre decreta situação de emergência por causa de chuvas
Segundo o governo do Estado, os 46 abrigos públicos disponíveis não conseguem atender todos os afetados; ao total 5.578 pessoas estão desabrigadas e 5.703 desalojadas
Nesta segunda feira (26) o governador do Acre, Gladson Cameli, decretou situação de emergência em 17 das 22 cidades do Estado, devido às fortes chuvas registradas nos últimos dias.
Ao ser decretada "situação de emergência", o Estado afetado tem facilidade no acesso a recursos federais. O benefício é liberado em casos de eventos extremos.
O forte temporal no Acre causou inundações e o transbordamento de igarapés e rios.
Na manhã desta segunda-feira (26) o Rio Acre atingiu 15,92 metros. O rio já estava acima da cota de transbordo.
O governo destaca que, mesmo com todas as ações que estão sendo feitas para minimizar os danos, o número total de atingidos ultrapassa a capacidade de apoio aos municípios afetados.
O Estado também afirma que é necessário urgência nas ações que estão sendo realizadas para amparar a população em curto prazo de tempo.
O decreto foi publicado no domingo (25) em edição extra do Diário Oficial do Estado. A medida tem validade de 180 dias.
A situação de emergência foi decretada após avaliações técnicas que apontam a ocorrência de chuvas acima da média climatológica esperada para o período, segundo o governo do Estado.
"Considerando a interrupção da situação de normalidade e da rotina das famílias atingidas, bem como os impactos negativos causados ao sistema de transporte, à saúde pública e à segurança global, afetando a integridade da população”, diz trecho do decreto.
Cidades do Acre em situação de emergência:
- Assis Brasil,
- Brasileia,
- Capixaba,
- Cruzeiro do Sul,
- Epitaciolândia,
- Feijó,
- Jordão,
- Mâncio Lima,
- Marechal Thaumaturgo,
- Plácido de Castro,
- Porto Acre,
- Porto Walter,
- Rio Branco,
- Santa Rosa do Purus,
- Sena Madureira,
- Plácido Rosa do Purus,
- Tarauacá e Xapuri.
Municípios com situação mais crítica
- Assis Brasil,
- Brasileia,
- Cruzeiro do Sul,
- Epitaciolândia,
- Jordão,
- Rio Branco,
- Santa Rosa do Purus,
- Tarauacá e Xapuri.
Desses, Jordão se encontra na situação mais grave. O município, que tem cerca de 9 mil habitantes, teve 80% da população atingida pelas águas do Rio Tarauacá.
Nesses municípios onde a situação está mais crítica, já há ações das instituições competentes para auxilio e reparo de danos.
A cidade de Tarauacá, por exemplo, recebeu na tarde desta-segunda-feira (26) auxílio para minimizar os estragos provocados pelas enchentes.
O presidente do Departamento de Estradas de Rodagem do Acre (Deracre), Sócrates Guimarães, afirmou que as equipes estão prestando toda a assistência necessário em Tarauacá.
“Entramos em campo com maquinário e trabalhadores para resgatar as famílias e garantir toda a assistência de que necessitam nesse momento”, destacou o presidente do Deracre.
Pessoas estão desabrigadas
São 46 abrigos públicos disponíveis nesses municípios. Ao total, 5.578 pessoas desabrigadas estão sendo atendidas de acordo com o governo.
Além disso, há 5.703 pessoas que perderam parte de suas casas com as fortes inundações na região. Essas pessoas estão desalojadas e aguardam ações da Defesa Civil e prefeitura local, para reparo dos danos e atendimento.
Defesa civil estadual
A responsabilidade de coordenar os trabalhos de limpeza e auxílio à população desabrigada será da Defesa Civil estadual.
Os órgãos da administração pública direta e indireta do Estado do Acre deverão atender às demandas da Defesa Civil, prioritariamente.
"Os órgãos estão autorizados a realizar as despesas necessárias para instalação e manutenção de abrigos, fornecimento de insumos, suporte logístico e demais medidas administrativas urgentes consideradas necessárias à manutenção ou ao restabelecimento da capacidade de resposta do poder público para o enfrentamento da situação de emergência”, diz Defesa.
Alerta
A situação de emergência ocorre dois dias após o governador do Acre ter decretado estado de alerta em decorrência das chuvas pelo prazo de 30 dias.
O documento prevê a constituição de equipes multidisciplinares para articulação, coordenação e atendimento de situações emergenciais em razão do período de chuvas.