47% dos brasileiros já deixaram de comprar de marcas por desrespeito e discriminação, diz pesquisa
Boicote pode ocorrer por declaração infeliz ou um post equivocado nas redes sociais dessas empresas
Uma pesquisa realizada pela Nexus e divulgada nesta quinta-feira (31) revela que 47% dos brasileiros deixaram de comprar produtos ou serviços de empresas que se viram envolvidas nos últimos dois anos em episódios de desrespeito ou discriminação. Os casos envolvem casos de racismo, homofobia ou desrespeito aos funcionários.
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Segundo o levantamento, que ouviu 2.006 pessoas entre 23 e 30 de setembro de 2024, quando se acrescentam fatores como falhas em compliance e posições políticas questionáveis, o número atinge 59%.
Para o CEO da Nexus, Marcelo Tokarski, o boicote pode ocorrer depois de uma declaração infeliz ou um post equivocado nas redes sociais dessas marcas. "Isso mostra o quanto a reputação de marcas e empresas precisa ser cuidada todos os dias, com planejamento e coerência. Caso contrário, o impacto no caixa da organização pode ser brutal", afirma.
Além do desrespeito, outros motivos de boicote incluem corrupção e fraudes (42%), impacto ambiental negativo (32%) e divergências políticas entre executivos e consumidores (26%). Pessoas com renda superior a 10 salários mínimos (82%) e a comunidade LGBTQIAPN+ (71%) estão entre os grupos que mais aderem ao boicote.
A pesquisa revelou que 19% dos brasileiros, além de boicotar, também criticam marcas nas redes sociais, expondo-as ao chamado "cancelamento digital".
Outros 40% simplesmente deixam de consumir, sem manifestar opiniões online. O levantamento destaca ainda que o comportamento dos consumidores é impactado por críticas que leem online, com 66% já tendo sido expostos a conteúdos de boicote e 70% deles agindo em resposta a essas críticas.
Reflexões para marcas e gestores
Para Tokarski, o estudo ressalta a relevância da gestão de reputação no cenário atual. "As empresas precisam estar atentas ao que é falado sobre elas. A reputação é o que as pessoas dizem quando você não está presente", diz.
Esses dados apontam para um cenário em que a imagem das empresas deve ser cuidadosamente gerida, especialmente em um ambiente digital propício ao retorno instantâneo do público e à mobilização do consumidor.