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Informações sobre desastre em Maceió são distorcidas em "discussão política", diz Braskem

CEO da companhia falou sobre o tema do risco de colapso da mina nº 18 da empresa durante evento em SP

Informações sobre desastre em Maceió são distorcidas em "discussão política", diz Braskem
CEO da Braskem falando ao microfone na 28ª edição do Encontro Anual da Indústria Química (Reprodução/Abiquim Oficial)
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O CEO da Braskem, Roberto Bischoff, disse nesta 2ª feira (4.dez) que informações sobre o afundamento do solo da mina nº 18 da empresa, em Maceió, acabam sendo distorcidas em "discussão política". Ele falou sobre o tema do risco de colapso da mina durante participação na 28ª edição do Encontro Anual da Indústria Química (Enaiq 2023), em São Paulo.

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"Se será uma acomodação de terreno de forma mais gradual ou pode acontecer de uma forma abrupta, a gente não pode afirmar ainda. O que a gente tem são bons indicativos que o solo vem se acomodando dia a dia de uma forma melhor", declarou.

"É isso. Nós estamos absolutamente comprometidos com um trabalho de mais de quatro anos e de fazer esse processo sem colocar em risco as pessoas e gerando o mínimo possível. Infelizmente, entra em alguma discussão política que é que a gente acaba tendo informações distorcidas, rede social, e eu queria aproveitar o momento para compartilhar com vocês o nosso compromisso, que não é de agora e vem de longo prazo com essa situação".

De acordo com Bischoff, o assunto sobre afundamento de minas de sal em Alagoas começa em 2018, quando a Braskem foi convidada com a Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) "para contribuir no entendimento de um fenômeno sísmico que aconteceu no estado, que gerou rachaduras". "Um ano depois, 2019, em março, sai um relatório de CPRM, que também foi convidada, dizendo que uma das causas do evento em potencial era a produção de mina de sal naquela região, as minas de sal".

De forma imediata, disse Bischoff, a Braskem interrompeu a produção das minas de sal e contratou especialistas nacionais e internacionais para entender o fenômeno, classificado por ele como "complexo". Naquele momento, em maio de 2019, quatro minas produziam.

Posteriormente, de acordo com ele, a empresa recebeu um relatório "levantando uma possibilidade de, sobre determinadas condições, poder ter um afundamento mais acelerado do solo". "Imediatamente nós buscamos acordos e com medidas para poder mitigar, reparar e compensar. Então são cinco acordos hoje, com todos os entendes, federal, municipal, estadual, participando dos acordos, que estabelecem basicamente três grandes frentes".

A primeira delas, falou, é realocação de pessoas da área de risco. "Então, nos últimos quatro anos, foram realocadas 40 mil pessoas em 14.500 imóveis, ao longo de quatro anos, foram indenizadas, pagas, mais de 97% das propostas aceitas, mais de 93% pagas".

A segunda frente é fechamento de minas. "Nove minas teriam que ser fechadas das 35, outras acompanhamento em uma série de situações, mas essas nove, cinco fechadas, três em andamento, uma delas naturalmente conseguiu ser pressurizada, não precisou".

A terceira frente, disse, é a de obras sociais, "tentando compensar de alguma forma a mobilidade urbana que foi afetada com esses cinco bairros que foram desocupados".

"Então foram ações preventivas, buscando claramente evitar qualquer tipo de coisa. O fato que nos levou a isso foi, como eu comentei, a possibilidade de acontecer um fenômeno de ruptura de sustentação e uma queda mais brusca, afundamento mais brusco do terreno".

Segundo Bischoff, no inicio do mês passado, a empresa percebeu, por meio de um monitoramento estabelecido na região, "mudança do comportamento do solo". "Com a mudança, esse dado é compartilhado dia a dia com a Defesa Civil, nós começamos a tomar medidas, acompanhar, até que percebemos aceleração de afundamento".

Ele prosseguiu: "Essa aceleração do afundamento, de acordo com algumas modelagens, poderiam significar risco maior do fenômeno que foi levantado por especialistas de estar acontecendo. Então, dentro dessa realidade, a gente disparou junto com a Defesa Civil medidas adicionais de junto à população. Só relembrando: o bairro já estava absolutamente desocupado. Quem ocupava o bairro era só as operações da Braskem para enchimento de minas que já tinham sido interrompidas e 23 famílias resistentes que não aceitaram sair do bairro".

Essas famílias, de acordo com ele, foram retiradas neste momento de risco maior, a partir de uma ordem judicial.

Velocidade de afundamento

A Defesa Civil de Maceió informou, na manhã desta 2ª feira, que a velocidade de afundamento do solo da mina nº 18 da Braskem diminuiu para 0,25 cm por hora, apresentando um movimento de 6 cm nas últimas 24 horas.

Ainda de acordo com o comunicado, o deslocamento vertical acumulado da mina é de 1,77 m. A Defesa Civil diz permanecer "em ALERTA MÁXIMO devido ao risco iminente de colapso da mina nº 18, que está na região do antigo campo do CSA, no Mutange".

O prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), foi a Brasília, hoje, para se reunir com autoridades federais e tratar do risco iminente de desabamento da mina.

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