Lanny Gordin, guitarrista virtuoso da Tropicália, morre aos 72 anos
Músico, que faleceu no dia do seu aniversário, tocou com grandes nomes da MPB como Gal Costa, Caetano e Gil

Wagner Lauria Jr.
O guitarrista Lanny Gordin, que já tocou com importantes nomes da música da Música Popular Brasileira (MPB), sobretudo da Tropicália, morreu nesta 3ª feira (28.nov), aos 72 anos. O artista estava internado para tratar uma pneumonia.
+ Leia as últimas notícias no portal SBT News
Nascido em Xangai, na China, Gordin é filho de pai russo e mãe polonesa. Mudou-se com a família para o Brasil aos 6 anos. Lanny se apresentou pela primeira vez na casa noturna paulistana Stardust, da qual seu pai era sócio. Em 2012, foi incluído na lista "30 maiores ícones brasileiros da guitarra e do violão" da revista Rolling Stone Brasil. Ele se inspirava no lendário guitarrista norte-americano Jimi Hendrix.
Ele participou de diversos álbuns tropicalistas, como Gal Costa (1969), Gal (1969), LeGal (1970) e Fatal - A Todo Vapor (1971), com Gal Costa; Caetano Veloso (também conhecido como Álbum Branco), de Caetano Veloso (1969); Gilberto Gil (1969) e Expresso 2222 (1972), de Gilberto Gil.
Alguns artistas já se manifestaram após a morte do músico:
Lanny Gordin morreu nessa madrugada. Jards Macalé tinha falado nele ontem. E me dizem que hoje é seu aniversário de nascimento. Lanny era músico total. Sempre tocou com o pai na noite. Veio a ser guitarrista crucial da tropicália. Era uma pessoa doce e um grande artista da?
? Caetano Veloso (@caetanoveloso) November 28, 2023
então aquele disco voador veio mesmo lhe buscar né, Lanny Gordin? bem no dia de seu aniversário. tudo certo, bicho. agora você é poeira de som e eternidade. um barato também. podicrê, amizade. agora você toca tudo, em tudo. um abraço, meu querido. gratidão. pic.twitter.com/rEV9hILUNH
? Chico César (@ChicoCesarOf) November 28, 2023
A partir da década de 1970, Gordin desenvolveu esquizofrenia e se afastou da música. Ele aprendeu a conviver com o transtorno psiquiátrico e voltou a gravar com nomes como Chico César e Itamar Assumpção durante esse período. Também lançou quatro álbuns solo nos anos 2000.
Em 2017, foi tema do documentário Inaudito, dirigido por Gregorio Gananian, que buscou, em um tom intimista, explorar o processo criativo do artista. Em certo momento do filme, Lanny diz:
"Eu ouço as vozes, mas eu não sei de onde elas vêm nem pra onde elas vão. Essas vozes somem, quando eu toco elas somem."