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Brasil

Cai o número de doações de órgãos para transplantes no país

Médicos consideram que as famílias ainda relutam em respeitar o pedido do doador

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Cirurgia de transplante de orgãos
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No Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrada nessa 4ª feira (27.set), a Associação Brasileira de Transplantes (ABTO) alerta para a queda de doações após a pandemia. A taxa de negativa, que é a recusa das famílias em autorizar as doações, passou de 42%, em 2019, para os atuais 49%.

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São dados que podem alterar a corrida para eliminar a fila dos transplantes. No mundo, o Brasil é o segundo país que mais realiza transplantes (26 mil/2022), atrás apenas dos Estados Unidos (42 mil/2022). Mas, diferente do que ocorre entre os norte-americanos, aqui, 95% das cirurgias são feitas na rede pública, ou seja, são gratuitas. 

Um único doador pode ter até oito órgãos vitais, como o coração, retirados para transplantes, além das córneas e da pele. A enfermeira Patrícia Lamiz, do Hospital Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, lembra que é importante o doador deixar claro a sua opção. 

"Ele precisa conversar com a família e expressar o seu desejo de ser um doador de órgãos e tecidos, que isso vai facilitar lá na frente, vai tirar um peso da família de tomar essa decisão por ele".

De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente, 40.540 pessoas aguardam por um transplante, A maioria necessita de um rim (37.324). Na sequência, estão os que aguardam a doação de um fígado (2.208), coração (393), pâncreas e rim (387), pulmão (174), pâncreas (47) e multivisceral (7).

De pai para filha

Marcello Martins doou parte do fígado para a filha, Anna Clara Martins, quando ela estava entre a vida e a morte. A cirurgia foi bem sucedida e a jovem, de 16 anos, segue uma vida normal. "É uma sensação única, não tem explicação", garante Marcello. A filha não esconde a gratidão: "ele não pensou duas vezes e fez esse ato. É uma coisa muito importante pra mim".

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