Ilha da Boa Viagem: após restauração, patrimônio histórico é devolvido ao público
Ponto turístico em Niterói (RJ) abriga 400 anos de história e pedidos de bênçãos de navegantes
Salutiel Filót
A Ilha da Boa Viagem, em Niterói, região metropolitana do Rio de Janeiro, reabriu neste sábado (23.set) após sete anos fechada passar por obras de restauração que duraram 18 meses. A obra foi bancada pela prefeitura, com recursos próprios, no valor de R$ 5,5 milhões.
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O local abriga histórias sobre o Brasil Colonial e é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Em uma rápida caminhada se chega ao portão que guarda 400 anos de história. São três edificações: um castelo de quase 100 anos que foi sede dos escoteiros, o fortim do século XIX que reforçava a defesa do litoral brasileiro e, a mais antiga e em destaque no alto do morro, a Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem.
O santuário é considerado um símbolo de resistência. Erguida no século XVII, foi destruída durante a invasão francesa no Brasil. A igreja foi reconstruída e se tornou local de peregrinação de navegantes que vinham pedir bênção e agradecer pelas viagens bem-sucedidas. Das torres, militares vigiavam quem se aproximava pelo mar.
"Ela tem uma importância porque ela está muito ligada à Baía de Guanabara. Ela está ligada aos povos originários, à afrodescendência. Eles fizeram parte da construção da igreja, ligada à urbanização da cidade de Niterói, à história do Rio de Janeiro, que era uma história de referência muito grande do Brasil", relata André Diniz, historiador e secretário de Ações Estratégicas.
Depois da restauração, o próximo passo é a criação de um museu. Aos finais de semana, grupos de 40 pessoas poderão visitar o local em dois horários, às 14h e 16h.