São Camilo decide não expulsar alunos filmados seminus em campeonato
Instituição alega que "medidas extremas poderiam causar injustiças". Estudantes, porém, estão proibidos de participar de campeonatos
O Centro Universitário São Camilo decidiu não expulsar os alunos filmados seminus e em atos obscenos durante um campeonato em São Carlos, no interior paulista. A instituição afirmou que fez uma "longa e criteriosa análise dos vídeos", mas não quis adotar "medidas extremas que poderiam causar injustiças, em acordo com o que nos rege como instituição educacional".
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Os alunos do curso de medicina, porém, foram suspensos da participação em qualquer tipo de competição esportiva por tempo indeterminado.
O caso ganhou repercussão na última semana após os alunos dos cursos de medicina do São Camilo e da Universidade Santo Amaro (Unisa) simularem atos de masturbação e outras obscenidades durante um jogo de vôlei feminino, no período do feriado de 1º de maio.
O São Camilo considerou que os atos "merecem atenção" e que a "exposição pública de suas imagens pode comprometer suas carreiras como futuros profissionais da Saúde". O centro ainda disse que tem "vocação pela formação técnica e humanista nos leva a mantê-los em nosso corpo discente, submetidos a medidas socioeducativas".
São Camilo cita "questão estrutural" e elaboração de "código de ética" para atléticas
A instituição, ainda na nota, afirma não querer cometer "injustiça" com a expulsão de alguns alunos e de outros que poderiam ter participado dos atos, mas não foram flagrados nas filmagens. "Não queremos ser precipitados a partir de julgamentos feitos no calor dos acontecimentos, e que muitas vezes levam a erros irreversíveis", pontua.
Nas imagens, os alunos estão com as calças abaixadas e mostrando as nádegas para o público. Com a divulgação, o São Camilo repudiou os atos e disse estudar a elaboração de um código de conduta ética para as atléticas universitárias.
Sobre o caso e a decisão, o centro universitário disse que "esse comportamento não é exclusivo de apenas uma dezena de alunos. É uma questão estrutural, que precisa ser mudada de forma eficaz, mesmo que tais ações aconteçam em espaços externos à universidade".
A universidade afirmou que vai colocar o departamento de psicologia "à disposição dos alunos", que "doarão parte de seu tempo livre para projetos sociais voltados às populações vulneráveis", além de considerar "essencial" a criação de um trabalho com alunos de todos os cursos "para que entendam a sua importância para a sociedade e o alcance de atitudes impensadas sobre suas vidas nos campos social e profissional".
Antes, a Unisa afirmou que identificou e que vai expulsar os alunos envolvidos. O Ministério Público paulista acompanha os casos de importunação sexual e o inquérito policial.
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