Roberto Freire é destituído da presidência do Cidadania
Ex-ministro da Cultura e ex-deputado federal estava no posto há 31 anos
O diretório nacional do Cidadania elegeu, neste sábado (9.set), o ex-secretário estadual de Educação do Rio de Janeiro Comte Bittencourt como o novo presidente nacional da sigla, em substituição ao ex-ministro da Cultura e ex-deputado federal Roberto Freire. O político deixa o posto após 31 anos.
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Ainda ontem, o diretório designou o ex-governador do Distrito Federal Cristovam Buarque e a ex-deputada federal Luzia Ferreira como vice-presidentes do Cidadania. Já a ex-presidente do Sindicato dos Bancários de Campinas (SP) Ana Stela Alves de Lima foi designada como a nova secretária-geral adjunta.
O Cidadania foi fundado e registrado em 1992, como Partido Popular Socialista (PPS). A alteração deste nome para o atual ocorreu em março de 2019. Desde o ano passado, a sigla compõe federação com o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB).
Em nota divulgada pelo Cidadania em 1º de setembro, Roberto Freire afirmou que havia uma crise interna e disse que a reunião de 9 de setembro, em que seria feita a eleição do novo presidente -- como ocorreu -- tinha "caráter divisionista" e iria apenas aprofundá-la.
"No próximo dia 9 de setembro, um grupo dissidente - com uma maioria circunstancial - planeja colocar um ponto final na história do Cidadania, projeto de partido-movimento, herdeiro do PPS e do PCB. Farão isso expurgando da Executiva Nacional aqueles dos quais discordam, entre eles, seu presidente, Roberto Freire, que assina a presente nota", pontuou.
"Pretendem que, assim, com uma canetada, se resolva uma crise que se arrasta há alguns anos e que ora chegou a um impasse definitivo. Uma 'solução' artificial, como foi a minha recondução à presidência em 2022, que, reitero, foi uma derradeira tentativa de unidade".
Freire prosseguiu: "E eles sabem bem. Sabem, porque votaram em mim, como votaram sempre durante todos esses anos, desde o velho PCB. Nunca fui presidente de mim mesmo nem impus eleição alguma. Mas agora que a unidade não é mais possível, a longeva liderança com a qual me agraciaram virou um dos grandes problemas. A Federação com o PSDB, que permitiu a sobrevivência do partido e que foi aprovada por alguns dos insurgentes, também".
Após a eleição do novo presidente do Cidadania, Freire publicou uma nota, destinada à Executiva Nacional da sigla, comunicando sua saída da direção nacional. "Desnecessário dizer que é irrevogável. Encerro, assim, uma longa vida nesse partido, o único desde o PCB nos idos de 1962 do século passado".
Confira a íntegra: