Apesar da crise crescente, CEOs estão menos preocupados com mudança climática
Pesquisa da PwC também revela que a maioria ainda não entendeu os efeitos da desigualdade social
Pablo Valler
Ano passado, mais de 30% dos CEOs brasileiros tinham receio das mudanças climáticas. Atualmente, apenas 17%. O que fez esse problema crescente e cada dia mais urgente diminuir em nível de preocupação? Para o detentor da pesquisa, o sócio da PwC, "não é que estão negligenciando, é que agora tem outras questões mais alarmantes. Você não tem uma reação da mudança climática todo dia. Mas, tem notícias sobre inflação e retrocesso econômico o tempo todo", explica Maurício Colombari.
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De fato, a inflação em todo o mundo preocupa bem mais: 39% dos entrevistados. A atual instabilidade econômica: 38% deles. Riscos cibernéticos: 27%. Conflitos geopolíticos: 23%. Só depois que surge o aquecimento global.
Apesar disso, muitos já entendem que os extremos, como tornados e enchentes, podem prejudicar mais do que a infraestrutura física da empresa. Sobre a possibilidade de afetar a cadeia de suprimentos, 44% deles demonstram preocuapação.
Por outro lado, outra questão, que agora faz parte do movimento pela sustentabilidade do planeta ainda não é encarada como um problema: a desiguladade social preocupa apenas 6% dos CEOs. Para o estudioso e escritor de livros sobre ESG, Rodolfo Gutilla, "é revelador sobre a mentalidade de uma certa elite brasileira, que não vê a urgência disso. Porque é a desigualdade social que cria todo o gap de educação, de melhoria da qualidade de vida, de acesso a bens de consumo necessários, enfim, me chamou atenção".
Maurício concorda: "falta tropicalizar a agenda ESG para aqueles temas que são importantes para nossa localidade. Assim como por setores. Não pode apenas importar de fora o conceito".
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