Menos de 1% das cidades possuem condições adequadas para desenvolvimento humano
Oito municípios menos sustentáveis estão na região norte, mesmo número das mais adequadas, no estado de SP, acentuando diferenças
Gudryan Neufert
Das mais de 5,5 mil cidades brasileiras, apenas 45 atingiram uma faixa considerada "boa" do Índice de Desenvolvimento Sustentável (IDS) baseado em uma metodologia desenvolvida pela Organização da Nações Unidas (ONU). O número representa apenas 1% do total.
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O índice leva em conta as condições adequadas ao desenvolvimento humano, com a erradicação da pobreza, da fome, acesso a saneamento básico, convivência pacífica e justiça social.
A pequena quantidade de municípios não surpreendeu o coordenador do IDS, Jorge Abrahão, que explica: "na medida em que o Brasil é um país que entrou no mapa da pobreza recentemente, é um país que tem 125 milhões de pessoas que tem algum grau de insegurança alimentar, é um país que tem um grau de homicídios, 50 mil pessoas por ano muito alto. É um país que aumentou o desmatamento, dobrou o desmatamento de 2019 a 2022".
Além do baixo número, as desigualdades são acentuadas, já que das dez menos sustentáveis, oito estão na região norte, enquanto das dez primeiras, oito estão no estado de São Paulo. A capital paulista está na 142ª posição. Entre as capitais, Brasília é a mais bem colocada, em 76º. O Rio de Janeiro está em um distante 913º lugar.
A cidade de São Caetano do Sul (SP) liderou o ranking pelo segundo ano consecutivo. O município considera a educação como um dos pilares para o bom desempenho: por lá, nenhuma criança com idade escolar está fora da sala de aula. São 22 mil crianças integrantes da rede municipal de ensino.
Já o bem-estar influencia no índice, já que a "bicampeã" tem pelo menos 10 mil idosos cadastrados na prefeitura, onde podem frequentar academias gratuitamente.
